A Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira, 20, projeto de lei que expande o
mercado livre de energia elétrica, permitindo que pequenos consumidores possam
fazer a portabilidade da conta de luz.
A proposta prevê transição
progressiva para que, após nove anos e meio, ocorra com o setor elétrico o
mesmo que aconteceu com o setor de telefonia. No caso dos consumidores
residenciais, por exemplo, a relação com as distribuidoras será mantida apenas
para o uso dos fios da empresa de distribuição, e a liberdade para a compra se
realiza quando o consumidor opta por comprar sua energia de um comercializador.
Para isso, a proposta altera seis leis e uma medida provisória.
O relator da matéria na
Comissão de Assuntos Econômicos, senador Tasso Jereissati (PSDB), apresentou
substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 232/2016, do senador Cassio
Cunha Lima (PSDB), para alterar o modelo comercial de energia elétrica no país
com a intenção de, progressivamente, permitir que até os pequenos consumidores
possam optar por fazer parte do mercado livre, hoje restrito a grandes
consumidores de energia.
Vídeo com a leitura do
relatório:
Tasso afirmou que o projeto
não é importante somente pelo aumento da competitividade e pela diminuição do
preço para o consumidor, mas porque adota instrumentos de mercado para a gestão
do sistema elétrico.
Atualmente, consumidores com
carga inferior a 500 kW não podem fazer parte do mercado livre e só podem
comprar energia da distribuidora em que estão conectados. Esse é o caso do
pequeno consumidor residencial, comercial ou de pequenas indústrias, chamado de
mercado consumidor cativo. Apenas os consumidores com carga igual ou superior a
3.000 kW e os com carga igual ou superior a 500 kW e inferior a 3.000 kW, que
compram energia junto às chamadas fontes incentivadas, podem fazer parte do mercado
livre.
Liberdade de escolha
Em sua justificativa, Tasso
afirmou que a liberdade de escolha para o consumidor aumentará a concorrência
entre as empresas, reduzindo o preço e melhorando a qualidade do serviço
prestado. Pela proposta, seriam reduzidos gradualmente os limites de carga para
que os consumidores regulados, ou chamados de cativos, passem a poder escolher
o fornecedor de energia elétrica.
O PLS propõe que, para as
usinas com concessões a vencer, a outorga seja licitada e parte dos recursos
decorrentes sejam direcionados para custeio de encargos, subsídios e outras
despesas financiados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
A proposta também aprimora a
lei para que as concessionárias e permissionárias de distribuição de energia
elétrica se concentrem em sua atividade principal, que é o serviço de
distribuição. O projeto permite, ainda, que as distribuidoras realizem leilões
descentralizados para comprar e vender energia elétrica para suprir seus
mercados.
Com informações da Agência
Senado
Redação O POVO Online
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