O nível do Açude Orós, o segundo
maior do Estado, está abaixo do necessário. As águas ficaram muito distantes
das tradicionais áreas de cultivo, por isso os agricultores enfrentam
dificuldades para manter a produção da planta
Começou a colheita de arroz
irrigado nas várzeas do açude Orós e Rio Jaguaribe, na região Centro-Sul. Nos
últimos três anos, houve significativa redução da área de cultivo por causa do
baixo nível de água nos reservatórios. Os produtores estimam queda de 20% na
safra em relação a novembro do ano passado. Já em consideração a igual período
de 2014, quando o açude acumulava 50%, a retração é de 90%.
O nível do Orós é de apenas 6,5%.
As águas ficaram distantes das tradicionais áreas de cultivo. Resultado:
dificuldades para manter a produção da rizicultura. "Já fomos uma das
áreas de maior produção de arroz irrigado no Ceará, nas várzeas do Orós e do Rio
Jaguaribe, mas a atividade enfrenta séria crise", pontuou o presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva.
O plantio de arroz irrigado nas
várzeas do Açude Orós (o segundo maior do Ceará) ocorre no segundo semestre (a
partir de julho) e a colheita é feita em novembro e dezembro. A construção do
reservatório foi concluída no início da década de 1960, mas foi nos anos de
1970 a 1990 que houve uma expansão do plantio, em áreas localizadas em Iguatu e
Quixelô. A atividade gerou trabalho e renda na região.
Já no século atual, a cultura do
arroz foi mantida, mas sofreu revés em decorrência do elevado custo de produção
e queda no preço, inviabilizando na maioria das vezes a continuidade do
cultivo, além dos sucessivos anos de estiagem, provocando perda de reserva de
água. A escassez dificulta o cultivo de arroz irrigado.
O Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Iguatu estima que uma área de 300 hectares, que foi cultivada em
2013, quando o Orós acumulava cerca de 45%, reduziu-se para cerca de 60
hectares nos anos seguintes. A produção esperada para esta safra é de apenas
300 toneladas do grão.
Nas roças não há máquinas, são
reduzidos os produtores que estão trabalhando e o verde do arrozal ficou
limitado. "As águas estão muito distantes", disse o agricultor,
Marconi Chagas da Silva. "Neste ano, praticamente ninguém plantou nas
várzeas do Orós".
Redução
Na bacia do açude Lima Campos,
que acumula 7% de sua capacidade, Edmilson de Souza, vazanteiro desde 1958,
desafiou a regra e plantou no primeiro semestre, no período da quadra chuvosa,
mas as precipitações foram reduzidas e não houve inundação da cultura.
"Tivemos sorte porque o cultivo deve ser feito somente após o
inverno".
Fonte: Diário do Nordeste Por
Honório Barbosa,
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