Uma
ponte na BR-116, na Grande Fortaleza, foi atacada com explosivos e o local foi
interditado. Ainda não há informação sobre a dimensão do dano. No interior e na
capital, veículos foram incendiados. Não há informações de feridos. Até a
última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso por estes crimes.
Este
já é o 12º dia desta onda de violência, que começou em 2 de janeiro após o
governo anunciar medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização nos
presídios.
No
sábado, eles derrubaram uma torre de transmissão de energia elétrica, após
detonarem bombas, e explodiram uma concessionária de veículos.
Reação
Deputados
estaduais aprovaram um pacote de medidas no sábado (12) com o objetivo de
combater a onda de crimes. Uma dessas medidas é a a Lei da Recompensa, que paga
em dinheiro quem denunciar autores de ataques (leia mais abaixo).
Também
no sábado, a polícia apreendeu cinco toneladas de explosivos no Bairro
Jangurussu, na periferia de Fortaleza.
A
Força Nacional está no Ceará para auxiliar nas ações de combate ao crime.
Nos
12 dias de crimes foram 199 ações violentas em 43 municípios: 330 suspeitos
foram presos, segundo a Secretaria da Segurança do Ceará.
O
Ministério da Justiça confirmou também a transferência de 35 chefes de facção
que ordenavam os ataques. Eles serão levados a presídios federais.
Explosivos em ponte
A
ponte sobre o Rio Choró, na cidade de Chorozinho, foi interditada pela Polícia
Rodoviária Federal (PRF) na madrugada desde domingo, após explosivos serem
detonados na parte inferior da estrutura.
Ainda
não há informação sobre a dimensão do dano causado à ponte, conforme a PRF.
Motoristas
que trafegam entre as cidades de Fortaleza e Chorozinho devem alterar o trajeto
e fazer a rota pela cidade de Horizonte.
Explosão causou tremor
Pessoas
que moram próximo ao local, na entrada da cidade, relataram um “tremor” com o
impacto da detonação.
“Estremeceu
até a janela daqui de casa, parecia um tremor de terra. Foi um estrondo muito
grande”, afirmou um morador da região, que não quer se identificar. A casa dele
ficou com rachaduras nas paredes após a explosão.
Carros incendiados
Entre
a noite de sábado e a madrugada deste domingo foram incendiados carros
particulares em Umirim, no interior do estado, e em Fortaleza, no Bairro
Siqueira.
Maior rigor nos presídios
A
onda de violência começou em 2 de janeiro, um dia após Mauro Albuquerque tomar
posse do cargo de secretário da Administração Penitenciária, pasta criada no
segundo mandato de Camilo Santana.
Mauro
Albuquerque fez operações para apreender celulares nos presídios e prometeu
acabar com a divisão de presos conforme a facção criminosa a que pertencem. O
governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que “não há recuo”.
Medidas
da Assembleia contra os ataques
Na noite de sábado (12), em sessão
extraordinária durante o recesso parlamentar, os deputados estaduais aprovaram
um pacote de medidas na tentativa de fortalecer o combate às facções
criminosas.
Estiveram presentes 36 dos 46
deputados estaduais do Ceará. O governador Camilo Santana prometeu assinar o
pacote neste domingo e publicar em edição extra do Diário Oficial do Estado.
As medidas aprovadas por aclamação
na Assembleia são:
Lei da Recompensa, que paga em
dinheiro quem denunciar autores de ataques ou fornecer informações que possam
prevenir crimes;
Retirada das tomadas em celas de
presídios, para evitar que criminosos possam usar carregadores de celular;
Aumento de 48 para 84 o máximo de
horas extras que policiais civis, militares e bombeiros podem fazer por mês;
Convocação de policiais da reserva
para aumentar o efetivo nas ruas;
Criação de um banco de informações
sobre veículos destruídos na onda de ataques;
Restrição da presença de pessoas no
entorno dos presídios, com objetivo de evitar fugas;
Criação do Fundo de Segurança
Pública, que terá reserva para investir na prevenção de crimes e pagar
beneficiados da Lei da Recompensa;
Regularização do comando de tropas
de policiais militares cedidas por outros estados (o que na prática já está
acontecendo com agentes cedidos pelos governos de Bahia, Piauí, Santa Catarina
e Pernambuco).
Entenda o que está acontecendo no
Ceará
O governo criou a secretaria de
Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime
dentro dos presídios.
O novo secretário, Mauro
Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas.
Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir
presos conforme a filiação a grupos criminosos.
Criminosos começaram a atacar
ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região
Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.
O governo pediu apoio da Força
Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o
envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
A população de Fortaleza e da
Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta
de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
Onda de violência afastou turistas
e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
Fonte: Por Paulo Martins e Rafaela
Duarte, G1 CE (13/01/2019 03h17
Atualizado em 39 minutos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário