As chuvas deste início de ano estão
trazendo boas expectativas a milhares de sertanejos. A Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) divulgou maior probabilidade de
chuvas dentro da média histórica para a quadra chuvosa, no entanto, muitos
sertanejos vão além, e acreditam em grandes cargas d'água nos açudes espalhados
pelo Estado, inclusive nas barragens completamente secas. Algumas estão sem
água há mais de três anos. Este cenário favorece a formação de pequenas
florestas de mata branca nas barragens, causando preocupação aos agricultores
que conhecem os efeitos causados pela falta de manutenção.
Esse é o caso dos açudes Sousa, em
Canindé e do Monsenhor Tabosa, nesse município homônimo. O Sousa, com
capacidade para 33 milhões de m³, vem agonizando desde agosto de 2014, quando
secou completamente pela primeira vez. De lá para cá, a barragem adquiriu
aporte de água, mas não foi suficiente e, em junho passado, secou novamente.
Embora sem água, o solo ainda úmido favoreceu o crescimento da vegetação
nativa. "Se houver uma boa recarga, e não for realizada a devida limpeza,
a mata da Caatinga vai morrer ao ficar submersa e apodrecer a água",
destacou o agricultor José Pires.
Segundo o secretário de Agricultura e
Recursos Hídricos de Canindé, Roberto Lopes, o Município de Canindé tem
interesse, apesar das suas limitações financeiras, em realizar o serviço de
limpeza, inclusive nas paredes e no sistema hidráulico de abastecimento. Sem
manutenção, poderá estar danificado quando for novamente viável o seu uso. As
autorizações para reparo e manutenção dependem do Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca (Dnocs).
O caso do Monsenhor Tabosa, sem
volume hídrico desde o início de 2017, é igual ao do Sousa. A preocupação é registrada
pelo poeta Pahé Passo Fundo que, além das artes, dedica-se à vida no campo. Ele
cita o exemplo do Castanhão, quando em 2014 o Rio Jaguaribe encheu e muitas
árvores de pequeno a grande porte no entorno foram encobertas pela água e
apodreceram. "A qualidade da água piorou. Para evitar esse problema basta
passar a máquina para retirar a vegetação", explicou.
A Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh), órgão do Governo do Estado, informou ser responsável pela
realização dos serviços de manutenção nos açudes públicos. Afirmou também que a
situação dos dois reservatórios não está na lista de prioridades. Mesmo assim,
justificou ter implementado de forma pioneira no Brasil, as Inspeções de
Segurança Regulares (ISR), conhecidas como "Check-list" das
barragens. Também de maneira inédita, a Cogerh, a partir do ano de 2005 passou
a emitir seu Relatório Anual de Segurança de Barragem (RASB), instrumento
adotado pela lei federal 12.334 de 2010.
Medidas
Ainda de acordo com a Cogerh, na sua
rotina está a aplicação dos "Check-list" nos açudes estaduais duas
vezes ao ano, sendo o primeiro diagnóstico antes da quadra chuvosa e o segundo
após o período invernal.
Essa estratégia aponta as
intervenções necessárias. A partir da identificação das anomalias, há a
classificação numa escala que indica a prioridade das intervenções a serem
implementadas.
As barragens classificadas como
prioridade de correção de anomalias são: o Cupim, no município de
Independência; o Colina, em Quiterianópolis; o Barra Velha em Independência; o
Tijuquinha em Baturité; o Pacajus, neste município; o Cipoada em Morada Nova; o
Broco em Tauá e o Monte Belo, em Araripe.
Fonte: Diário do Nordeste
Sendo assim o Orós fica sem muita importância mesmo sendo aproveitado para abastecimento em várias localidades do baixo jaguaribi?
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