sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Dirigentes partidários negociam ingresso de deputados eleitos no Ceará


A nova legislatura ainda nem começou e a dança das cadeiras na Assembleia já está sendo articulada por lideranças partidárias do Ceará. O Patriota (Patri), que elegeu três deputados estaduais, por exemplo, pode ficar sem nenhum já nos primeiros meses de atividades na Casa, enquanto o PP, após adesões já confirmadas ou em diálogo, tende a se firmar como a segunda maior bancada do Legislativo Estadual.

O deputado estadual eleito Apóstolo Luís Henrique foi o primeiro membro do Patriota a anunciar desfiliação da sigla. Ele confirmou, na última quarta-feira (23), o ingresso no Progressistas, que passará dos três nomes que elegeu para cinco, uma vez que Lucílvio Girão (PP) foi beneficiado com vaga na Assembleia pela saída de Zezinho Albuquerque (PDT), que vai assumir a Secretaria das Cidades no Governo Camilo Santana (PT). Os dois partidos, PDT e PP, estiveram na mesma coligação em 2018.

No pleito de outubro passado, 46 deputados de 17 agremiações partidárias foram eleitos para um mandato de quatro anos no Legislativo Estadual. De olho na chamada "janela partidária", em fusões e incorporações que devem acontecer nos próximos meses -por conta do não alcance da cláusula de desempenho por algumas agremiações -, parlamentares eleitos já negociam a saída das atuais legendas e ingresso em outras.
Bancadas

O Partido Democrático Trabalhista (PDT), porém, deve continuar sendo o grêmio com maior representatividade na Assembleia, uma vez que elegeu 14 parlamentares, sendo seguido, atualmente, por PT e MDB, cada um com quatro parlamentares.

O presidente do Progressistas, o deputado federal eleito Antônio José, afirmou ao Diário do Nordeste que existe diálogo avançado com outro deputado eleito por outra legenda, o que deve ser confirmado nas próximas semanas.

No entanto, ele ressaltou que é preciso ter cautela para anunciar os prováveis ingressos no partido. Foram eleitos pelo PP os deputados Fernando Hugo, Bruno Pedrosa e Leonardo Pinheiro, todos veteranos. "Vamos fazer uma bancada de seis deputados na Assembleia. Fizemos três e a expectativa é que dois eleitos por outros partidos ingressem no PP, além, claro, da entrada do suplente Lucílvio Girão com a saída do deputado Zezinho", afirmou. Um dos eleitos é o Apóstolo Luís Henrique, já anunciado oficialmente.

O dirigente aguarda apenas a anuência dos partidos de origem desses parlamentares para poder fechar questão com relação à entrada deles no Progressistas. Apóstolo Luís Henrique chegou a conversar com o PRB, dirigido pelo bispo Ronaldo Martins, mas fechou questão com o PP.


Diálogos

"Para mim, o bom é andar com quem senta conosco, com quem nos escuta", justificou Luís Henrique ao comentar a mudança. O deputado Bruno Gonçalves também já fechou questão e deixa o Patriota. Ele ingressa no Partido da República, o PR, que elegeu apenas Silvana Oliveira como deputada estadual para a próxima legislatura.

O pai de Bruno, o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, é o novo presidente do PR, que voltará a se chamar Partido Liberal (PL). O deputado federal eleito Júnior Mano, também eleito pelo Patriotas, deve ser o vice-presidente do PL no Ceará.

O deputado eleito Nizo Costa (Patri) também foi sondado para ingressar no PR, mas ainda não definiu posição por temer represália do partido. "Fui convidado para participar do PR com o Acilon, mas não me manifestei, porque estou aguardando posicionamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a legalidade de mudar ou não de partido", disse. "Mudança de partido só se o TSE autorizar. Essa hipótese de ingressar no PR está descartada por enquanto", salientou o novat.

Tucanos

Já no PSDB há um desconforto entre deputados eleitos pela oposição em relação aos tucanos que fazem parte do segundo Governo Camilo Santana, o caso do vice-presidente do partido no Ceará, Dr. Cabeto, que é o secretário da Saúde do Governo.

Filiados ainda aguardam posição da direção estadual sobre situação. O deputado federal eleito Roberto Pessoa, inclusive, chegou a ameaçar sair do partido caso o PSDB opte por participar da base aliada de Camilo. "Para nós, que fazemos oposição, esta situação não é confortável, mas temos que aguardar a reunião", argumentou a deputada reeleita Fernanda Pessoa (PSDB).

Já o deputado eleito Nelinho (PSDB), novato na Assembleia Legislativa, destacou que permanecerá na legenda tucana e que sua posição quanto ao Governo só deve ser definida nos próximos meses. "De antemão, farei uma oposição responsável".


Fonte: Diário do Nordeste

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