Deputados estaduais eleitos para o primeiro mandato estiveram
ontem na Assembleia Legislativa, a convite do atual presidente da Casa, Zezinho
Albuquerque (PDT), para conhecer o funcionamento do Legislativo cearense.
Alguns parlamentares, porém, demonstraram desconforto com as acomodações na Assembleia,
e a primeira reclamação foi feita ali mesmo, na presença dos pares e assessores
no Plenário 13 de Maio.
Os deputados novatos participarão, hoje e amanhã, de um curso
oferecido pelo Departamento Legislativo da Casa. Na manhã de ontem, eles
receberam exemplares da Constituição Estadual, do Regimento Interno e o Manual
do Gabinete Parlamentar.
O deputado Vitor Valim (PROS), que chega ao Legislativo
Estadual neste ano, disse que houve falta de critérios para definição dos
gabinetes parlamentares, e indicou ter sido desprestigiado com a acomodação. O
parlamentar sustentou que todos foram eleitos e mereciam as mesmas condições no
momento da escolha das acomodações, o que, de acordo com ele, não teria sido
respeitado.
O presidente Zezinho Albuquerque, após ouvir as reclamações
do deputado eleito, lembrou que há uma tradição na Casa para que os
parlamentares sejam acomodados, com preferência para os reeleitos e para
aqueles que tenham alguma deficiência que impeça o deslocamento para gabinetes
mais distantes do Plenário 13 de Maio. No entanto, o pedetista ressaltou que as
considerações feitas por Vitor Valim no plenário seriam atendidas.
Mesa Diretora
Ainda durante a apresentação da Casa aos parlamentares, a
deputada reeleita Silvana Oliveira (PR), que começa, em fevereiro, o segundo
mandato efetivo, reclamou da falta de participação nas discussões sobre a
composição da Mesa Diretora e das comissões técnicas permanentes. A deputada
insinuou que estaria sendo colocada de lado e não aceitaria tal imposição.
Silvana defendeu que haja igualdade entre os pares nas discussões sobre a
distribuição de espaços na Casa Legislativa.
“Todos aqui são iguais. O próximo presidente tem que manter o
mesmo que foi feito pelo deputado Zezinho Albuquerque”, disse Oliveira, em
referência a José Sarto (PDT), próximo presidente da Casa, que estava presente
observando as reclamações da colega. Nos bastidores, Silvana Oliveira reclamava
para si a presidência de comissões de sua preferência, a de Educação ou
Seguridade e Saúde.
Aliás, a discussão sobre Mesa Diretora voltou a ser um dos
temas discutidos nos corredores da Assembleia, ontem, durante solenidade de
acolhida dos deputados novatos. Alguns parlamentares disseram que pouca coisa
falta para definição de todos os nomes que estarão no comando dos trabalhos da
Casa.
Cargos
Especula-se que duas mulheres terão participação na Mesa Diretora.
São elas: Aderlânia Noronha (SD) e Patrícia Aguiar (PSD). Isso devido a acordos
pré-eleitorais firmados entre as siglas e a base governista do governador
Camilo Santana (PT). O principal impasse para fechar a nova Mesa estaria entre
os espaços que terão PT e MDB. Além da presidência sob o comando de José Sarto,
somente a primeira-secretaria para Evandro Leitão (PDT) estaria fechada.
Deputado mais jovem e com maior número de votos nas eleições
do ano passado, André Fernandes (PSL), foi, de certo modo, o centro das
atenções logo que chegou à Assembleia. O parlamentar eleito preferiu sentar no
lado direito do Plenário, onde também estavam Apóstolo Luís Henrique (Patri),
Silvana Oliveira, Walter Cavalcante (MDB) e Vitor Valim.
André Fernandes, assim como alguns de seus pares, disse que,
no Legislativo Estadual, pretende atuar em defesa da família, do
conservadorismo nos costumes e do liberalismo econômico. Ele afirmou que seu
partido, o PSL, deve votar na chapa encabeçada pelo pedetista José Sarto em 1º
de fevereiro, visto que apenas uma chapa foi formada.
“Sou oposição ao governador Camilo Santana. Não gostaria de
ser, mas a política dele me fez ser oposição. Como a Mesa vai ser chapa única,
a gente tem que votar. Não tem outra opção”, argumentou.
Fonte: Diário do Nordeste
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