Enquanto a Polícia Federal em Minas Gerais cumpriu, nessa segunda-feira (29), sete mandatos de busca e apreensão em casos envolvendo supostas candidaturas "laranjas", nas eleições de 2018, denúncias semelhantes no Ceará pouco andaram desde fevereiro, quando vieram à tona. Após mais de dois meses na Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), processos referentes ao PSL e ao Pros no Estado foram remetidos na semana passada ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para novos encaminhamentos. A passos lentos, porém, as investigações não geraram, até agora, nenhuma resposta.
As apurações envolvem os dois partidos sob a suspeita de financiarem com altos valores candidaturas sem projeção em 2018. No PSL, conforme publicado pelo Diário do Nordeste em 23 de fevereiro, a candidata a deputada estadual Gislani Maia recebeu do partido R$ 150 mil do fundo eleitoral, dois dias antes da eleição. Na mesma data, pagou R$ 143 mil a três gráficas para impressão de material. O aporte financeiro garantiu apenas 3,5 mil votos.
47 votos
Já no Pros, a concorrente Débora Ribeiro teve à disposição R$ 274 mil para gastar na campanha eleitoral. O valor superou até os recursos da sigla direcionados ao então candidato ao Senado, Luís Eduardo Girão, e ao próprio presidente do partido, Capitão Wagner, então candidato à Câmara dos Deputados. O pesado investimento da legenda garantiu a ela apenas 47 votos.
O Ministério Público Federal no Ceará informou que abriria investigação, mas não avançou. Agora, após mais de dois meses, os casos são submetidos ao MPE. Segundo o órgão, apenas na última sexta-feira (26) os processos do PSL e do Pros foram enviados à Promotoria Eleitoral da Zona 80 e da Zona 113, respectivamente. As duas situações, destaca o Ministério Público, "ainda serão analisadas pelos respectivos promotores de Justiça". A promotora Antônia Lima, da 113ª Zona, confirmou à reportagem que ainda não conseguiu analisar o caso.
Sem convocação
O presidente estadual do Pros, Capitão Wagner, disse que ainda não foi convocado para dar qualquer informação sobre a candidatura de Débora Ribeiro. "Estou torcendo, inclusive, para ser notificado logo para prestar os esclarecimentos, já que a gente não deve nada". O dirigente do PSL no Ceará, deputado federal Heitor Freire, em nota, também garantiu que não foi intimado ou procurado pelos órgãos de fiscalização. "Nunca existiu candidatura laranja no PSL Ceará", reforçou.
Já em Minas Gerais, a Polícia Federal (PF) fez buscas na sede do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, na investigação sobre supostas candidaturas laranjas durante a eleição de 2018. À época, o diretório era presidido pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mas ele não é alvo direto da operação. Sete mandados foram cumpridos em Belo Horizonte e em mais quatro cidades.
Fonte: Diário do Nordeste
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