O líder religioso Paulo Monteiro Amorim foi condenado a 21 anos de prisão por estupro de vulnerável. A sentença é da 7ª Vara Criminal. Essa é a segunda condenação do líder religioso que fundou a comunidade católica Família em Missão. Em 19 de dezembro de 2017, o homem já havia sido condenado a dez anos de prisão na 12ª Vara Criminal pelo mesmo crime contra uma vítima menor de de 14 anos. As informações foram confirmadas pelo advogado Paulo Quezado, cujo escritório representa as vítimas.
“A sentença foi justa, mas a acusação não irá se manifestar pelo mérito e pela natureza do processo, pois o procedimento corre em segredo de justiça”, respondeu Quezado por telefone.
De acordo com o advogado, nesta segunda condenação, o processo se referia ao crime de estupro contra seis mulheres que, mesmo maiores de idade, são classificadas como vulneráveis pois eram dopadas pelo líder religioso, conforme as acusações. Um outro caso, envolvendo uma adolescente, foi encaminhado para a 12ª Vara Criminal.
“O primeiro (processo) era só uma vítima vulnerável, menor de 14 anos. O segundo são seis vítimas, e uma menor (de idade) o juiz declinou para a 12ª vara. Essas agora são ditas vulneráveis porque estavam dopadas na hora do fato. Ele dava remédios. Daí iguala-se a vulnerabilidade. Todas são maiores, mas estavam vulneráveis”, explica Quezado.
Conforme depoimento das vítimas, o líder religioso convidava fiéis da comunidade a dormirem na residência dele. A esposa estimulava as meninas ao uso de trajes íntimos e a agradar Paulo. À noite, o acusado alegava que as hóspedes estavam com tosse e as dopava.
Na primeira sentença, proferida pela juíza Maria Ilna Lima de Castro, da 12ª Vara Criminal, O homem recebeu a pena máxima, de 15 anos, mas teve redução de um terço devido ao ato julgado não ter sido consumado. No caso julgado, a vítima, um menina, relatou ter acordado ao sentir uma pressão no quadril. Além de ver o denunciado saindo do quarto em que estava, ela percebeu o próprio short abaixado.
O líder se encontra preso desde a prisão preventiva e poderá recorrer da decisão, via recurso de apelação, junto ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). De acordo com Quezado, a esposa do réu, Lívia Amorim, não foi denunciada.
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