No Ceará, 55% dos jovens de
15 a 24 anos não estudam. Entre os autodeclarados pretos e pardos essa
proporção se acentua, alcançando 57%. Ao todo, 13,3% dos cearenses com 15 anos
ou mais são analfabetos - 956 mil, em números absolutos. Os dados são da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada
ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando-se a faixa etária
de 15 a 24 anos, apenas 45% estudam. Esse dado é de aproximadamente 50% entre
brancos e 43% entre pretos ou pardos.
Em comparação com o ano
passado, o Ceará saiu da 5ª para a 6ª posição do Brasil em analfabetismo.
Apesar dos avanços, o índice do Estado ainda é mais do que o dobro do
verificado em nível nacional. A média do País entre pessoas de 15 anos ou mais
variou de 7,2% em 2016 para 6,8% no ano passado. Considerando os números
absolutos, o Ceará ocupa a 2ª colocação no Nordeste, em quantidade de pessoas
que não sabem ler ou escrever. Atrás apenas da Bahia, que soma 1,5 milhão de
pessoas nessa condição.
O Nordeste é a região com
maior percentual de pessoas que não sabem ler nem escrever, apesar de ter
registrado queda de 14,48% para 13,87% na faixa de 15 anos ou mais, em 2017 e
2018, respectivamente. A região é seguida do Norte (7,98%), Centro-Oeste
(5,40%), Sul (3,63%) e Sudeste (3,47%).
Por meio dos índices, é
possível observar a discrepância no analfabetismo entre pessoas brancas e
pretas ou pardas. Em 2018, no Ceará, 9,7% das pessoas de 15 anos ou mais de cor
branca eram analfabetas. Esse dado chega a 14,6% entre pessoas de cor preta ou
parda. A análise de cor ou raça também demonstra diferença acentuada em nível
nacional. Em 2018, 3,9% das pessoas de 15 anos ou mais analfabetas eram
brancas, enquanto as pessoas pretas ou pardas eram 9,1%.
Conforme o levantamento, a
média de anos de estudo no Brasil vem crescendo desde 2016. O indicador passou
de 8,9 anos para 9,3 anos em 2018. Mas as desigualdades entre cor ou raça
chegam a quase dois anos de estudo. As pessoas brancas registraram média de 10,3
anos. Número que cai para 8,4 anos entre as pessoas pretas e pardas. Tendência
que o Estado acompanha. O cearense branco estuda 1,5 ano a mais do que o preto
ou pardo. Os autodeclarados brancos estudam, em média, 9,7 anos. Já entre os
pretos ou pardos esse número é de 8,2 anos.
Com relação à taxa de
escolaridade - porcentagem dos estudantes de um grupo etário em relação ao
total de pessoas do mesmo grupo etário -, em 2018, 28,1% dos cearenses
frequentavam a escola. Proporção que era de 28,9% em 2016. Os números no Estado
são melhores do que a média brasileira. A taxa de escolarização no Brasil foi
de 27,5% em 2016 para 27,1% em 2018.
O POVO POR ANA RUTE RAMIRES
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