Violentadas
por quem deveria garantir a integridade e a dignidade. Duas adolescentes de 13
e 14 anos, do município de Choró, no Sertão Central, a cerca de 170 km de
Fortaleza, teriam sido abusadas sexualmente por um conselheiro tutelar com o
dobro da idade delas, por quase um ano. Jonatas Vieira Alves, de 28 anos, está
foragido da Justiça após ter o pedido de prisão preventiva decretado pela
Comarca da cidade, na última semana.
Segundo
o titular da Delegacia Regional de Quixadá, Ícaro Gomes Coelho, Jonatas abusou
sexualmente da menina de 13 anos, que era exatamente de quem ele deveria cuidar
e se encontrava em situação de vulnerabilidade. A irmã de 14 anos nega ter sido
violentada, apesar de a irmã afirmar que o abuso ocorreu também.
"Os
encontros ocorriam em diversos locais. Ela (a de 13 anos) me narrou que
aconteceram algumas vezes - não soube me dizer quantas, mas que foram muitas -
na casa dele, outras no próprio Conselho Tutelar", declara.
Casado,
Jonatas foi eleito no fim de 2015, em quinto lugar no pleito, para assumir um
posto no colegiado até janeiro de 2020. O envolvimento com as garotas teria
começado no ano passado, quando as duas procuraram ajuda do Conselho para
denunciar negligências dos pais. Após a aproximação, o homem e as garotas
começaram a manter contatos via rede social, incluindo conversas "de cunho
sexual", segundo o delegado.
A
denúncia pegou os colegas de trabalho de surpresa. De acordo com o presidente
da Associação dos Conselheiros, ex-Conselheiros Tutelares e Suplentes do Estado
do Ceará (Acontesce), Eulógio Neto, Jonatas foi descrito pelos outros
representantes como uma pessoa "pacata, humilde e fora de suspeitas".
As conselheiras que atenderam à família junto com ele disseram não perceber
qualquer aproximação dele enquanto estavam presentes.
Procurado
Em
fevereiro deste ano, o pai das meninas procurou a Polícia com fotos das
conversas, obtidas num computador do Conselho. O acusado negou, conforme o
delegado, mas caiu em contradição. "Ele disse que só acessava (as
conversas) via celular, mas encontramos no computador diversos acessos pelo
perfil dele. Ou seja, ele queria apagar o que tinha conversado", conclui.
"Ainda
que fosse ela quem o procurasse, como a menina tinha 13 anos, isso não
interfere no crime de estupro de vulnerável porque a presunção absoluta é de
vulnerabilidade da vítima. Em relação à irmã de 14, restou comprovada a
existência de conversas de cunho sexual que levam a outro tipo penal, que é
favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual",
explica o delegado.
Jonatas
Vieira Alves não tinha antecedentes criminais. Equipes da Polícia Civil
realizaram buscas mas, até o fechamento desta edição, ele permanecia foragido.
Fonte:
Diário do Nordeste
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