Foi preso em Fortaleza, na manhã
desta quinta-feira (22), Gabriel Nogueira Eufrásio, diretor jurídico da
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Ele é um dos alvos de prisão
temporária da operação desencadeada pela Polícia Federal que investiga fraudes
em licitações e contratos públicos da administradora do Porto de Santos.
No momento da publicação, Gabriel
Eufrásio estava prestando depoimento, acompanhado por sua defesa. Procurado
pelo Diário do Nordeste, o advogado do diretor preso, Leandro Vasques, afirmou
que limitou-se a acompanhar o depoimento e que não comentará mais detalhes em
razão do sigilo das investigações. Contudo, ele disse que seu cliente se
mostrou colaborativo, não se furtou de responder a nenhuma indagação,
demonstrou que não ostentou nenhum ganho patrimonial após sua passagem no cargo
de diretor da Codesp e que não teme a acusação por crer em sua plena inocência.
Gabriel Eufrásio também é alvo de
um mandado de busca e apreensão.
A operação, denominada Círculo
Vicioso, é segunda etapa da Operação Tritão, desencadeada em outubro de 2018.
Eufrásio havia sido preso temporariamente à época, mas foi beneficidado por um
Habeas Corpus e foi solto 13 dias depois após pagar uma fiança da R$ 120 mil.
Ao todo, são cumpridos 21
mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de
São Paulo/SP, Santos/SP, Guarujá/SP, Ilha Bela/SP, Bragança Paulista/SP, Serra
Negra/SP e Duque de Caxias/RJ, além da capital cearense. A ação conta com o
apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal
(MPF). As ordens judiciais foram expedidas pela 5ª Vara da Justiça Federal de
Santos.
Os prejuízos causados à Codesp
nessa etapa, conforme a PF, somam mais de R$ 100 milhões. Ainda segundo a PF, a
partir das provas colhidas com a operação Tritão, depoimentos feitos por
colaboração premiada e com as informações fornecidas por membros da atual
diretoria da Codesp, foram comprovadas as fraudes então investigadas,
"além de outras que permaneceram sendo executadas mesmo após a prisão de alguns
membros da organização criminosa", informa o órgão.
Os investigados devem responder
pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, fraude a
licitações, corrupção ativa e passiva, "sem prejuízo de eventuais
outras implicações penais que possam surgir com o descortinar das investigações",
de acordo com a Polícia Federal.
Diário do Nordeste
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