O advogado Aldemir Pessoa Júnior, apontado como suspeito de ter atirado e matado a namorada, a empresária Jamile de Oliveira Correia, pagou o velório de Jamile com o cartão dela. A informação sobre o pagamento foi confirmada ontem, em depoimento prestado pelo proprietário da empresa responsável pelo funeral de Jamile e obtido, com exclusividade, pelo Sistema Verdes Mares.
De acordo com a declaração prestada pelo genro da dona da funerária (identidade preservada), Aldemir Pessoa Júnior pagou R$ 5.300 no dia 1º de setembro em um cartão de débito. Em um áudio que circula nas redes sociais, o advogado convida as amigas de Jamile para o velório e faz referências elogiosas ao local onde ocorrerá a cerimônia.
No áudio, o suspeito explica o caminho da funerária e diz que o lugar é novo, "bom e muito legal". Ele destaca que o espaço não é conhecido, mas que ele tinha pago quase R$ 5 mil à vista e o "lugar era o que ela merece, estilo onde ela mora, chique do mesmo jeito. Estou levando o amor da minha vida e a amiga de vocês para essa última despedida", disse o advogado suspeito.
Conforme o depoimento, Aldemir solicitou explicações sobre o serviço e o preço e decidiu por um atendimento classificado como de luxo e uma sala de velório particular, no bairro Papicu. O valor final foi de R$ 5.300,00, sendo R$ 2.000,00 mil pelo aluguel do espaço e mais R$ 3.300 referentes ao serviço funerário.
O pagamento foi realizado no apartamento de Jamile, mesmo lugar onde ela foi baleada. O advogado pediu que o filho da empresária colocasse a senha para concretizar a transação. O comprovante do pagamento foi entregue à Polícia. O filho da empresária confirmou, em entrevista que o cartão utilizado era o da mãe dele.
O menino demonstrou estar inconformado com o uso do dinheiro da mãe e acusou o suspeito de diversas vezes ter se valido da fortuna de Jamile em benefício próprio. Aurimar de Oliveira, irmão da vítima, pontuou que "é o único caso que conheço que o morto paga pelo seu próprio enterro". A Polícia Civil investiga se o advogado usou o cartão de Jamile ou a conta bancária dela para outros fins.
Questionada sobre o pagamento do velório, a defesa do suspeito informou não ter oficialmente esta informação e, por isso, neste momento, não poderia se posicionar.
Decisão
Ainda de acordo com as investigações, o suspeito tentou interferir em, pelo menos, dois depoimentos prestados às autoridades: o do adolescente e o da empregada doméstica que trabalhava no apartamento da vítima. A Polícia Civil do Ceará chegou a pedir a prisão temporária de Aldemir Pessoa Júnior alegando que solto ele vinha interferindo na investigação. A Justiça cearense negou o pedido alegando que as contradições dos depoimentos não se mostram como motivo suficiente para manter o advogado sob custódia.
Fonte: Diário do Nordeste
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