Tudo voltou ao normal no Fortaleza. Rogério Ceni à beira do gramado, festa da torcida na Arena Castelão e a vitória, após quatro jogos de jejum. Na reestreia do técnico no clube, ontem, a equipe bateu o Botafogo por 1 a 0, com gol contra do zagueiro Marcelo Benevenuto, pela 22ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.
O resultado, obtido com méritos, deixa o time cearense na 13ª posição, com 25 pontos. O efeito do ex-goleiro no elenco, sim, foi incontestável. Ovacionado pelo público na arquibancada, armou o time tricolor no tradicional esquema 4-2-4, com a volta de Juninho e Felipe juntos no meio.
E a adaptação não podia ser diferente. Em campo, o Fortaleza abdicou dos lançamentos e passou a trocar passes rápidos. Armado para explorar as laterais do campo, com pontas bem abertos, até teve êxito na construção, mas pecou na insistência da bola aérea no último terço do campo. Somente no 1º tempo, levantou 16 bolas na área, acertando apenas uma, que resultou em cabeçada de Wellington Paulista no travessão de Gatito.
Mesmo com quatro atacantes, o Leão demorou até assumir o seu protagonismo. Contra uma equipe extremamente defensiva e sem interesse no ataque, o Leão estava pronto para o contra-ataque, sendo que a chance não aconteceu. O time carioca teve a bola para se resguardar e diminuir o ímpeto leonino diante dos 57% de posse, além das transições lentas ao ataque.
Dentre os setores, o que ainda estava em longe de um acerto era a defesa. Passando a adotar um marcação por zona, Quintero e Jackson deram brechas na grande área, corrigidas com boas intervenções de Marcelo Boeck. Os laterais tiveram liberdade para avançar e surgir como surpresa.
Ajustes fundamentais
Após os 45 minutos experimentais, o Fortaleza soube se impôr contra um Botafogo acovardado e logo tomou conta do jogo, principalmente, com maior liberdade de Juninho na armação.
A engrenagem precisava de velocidade para funcionar e assim Ceni o fez. Com linhas de marcação bem adiantadas, o Leão anulou a saída de bola e quase não teve incômodo. No enredo de ataque contra defesa, mais brilhantismo para a ousadia de buscar o resultado, e o gol foi natural para um time preparado para ser agressivo e veloz.
Na melhor jogada produzida em solo, André Luís recebeu de Juninho e colocou para dentro - impedido pelo árbitro de vídeo (VAR). Já na segunda assistência do volante, Jackson dividiu com Marcelo, em escanteio, que testou para o fundo da rede: 1 a 0.
Placar mínimo, mas longe de representar a fluidez e a leveza das jogadas leoninas. Das 13 finalizações, três foram na trave, sem contar as inúmeras chances desperdiçadas por displicência - erro inaceitável. O fato é que foi a 1ª das últimas 17 partidas que marcam o encerramento do Brasileirão e, desta vez, o Fortaleza tem uma identidade para brigar pela permanência na elite.
Diário do Nordeste
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