Quatro
policiais cearenses foram presos em Fortaleza, no fim de semana, por ordem da
Justiça. Eles tiveram prisão temporária por 30 dias decretada pelo juiz de
Direito, Victor Nunes Barroso, titular da 3ª Vara do Júri de Fortaleza, que
atendeu ao pedido do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). São
dois inspetores da própria Polícia Civil e dois policiais militares, acusados
de um assassinato e suspeitos de outros. Os crimes teriam ligação com a
“guerra” de facções no bairro Jangurussu, na zona Sul da Capital.
Os
inspetores Fernando Jefferson Sales Pinheiro, conhecido como “Jefferson
Pitbull”; e Herlon Martins Marques; além dos PMs Halley Handroskowy Magalhães
Martins e Francisco Amaury da Silva Araújo, foram presos numa operação da
Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos
Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD), em conjunto com o
DHPP.
Os
quatro agentes da Segurança Pública são acusados de terem assassinado um homem
no bairro Jangurussu, no último dia 9. A vítima foi identificada como Álisson
Xavier de Lima, 22 anos, sumariamente executado com mais de 10 tiros de
pistolas de calibre Ponto 40 (.40). O crime aconteceu na Rua do Coqueiro, em
frente a uma mercearia. Na ocasião, os
quatro policiais estavam a bordo de um carro de aplicativo alugado para o
cometimento do crime sem que o motorista soubesse da trama dos acusados.
E foi
uma importante testemunha que, ao depor no DHPP
por duas vezes, revelou como tudo aconteceu, com detalhes. A mesma testemunha fez o reconhecimento
fotográfico dos quatro policiais.
O
inspetor Herlon Martins teria comandado o crime, e foi ele quem contratou o
motorista do aplicativo para irem ao encontro da vítima, contudo, na hora do
assassinato ele permaneceu no carro, ao lado do guiador, enquanto os comparsas
descarregavam suas armas contra a vítima. Também na hora do assassinato, um dos
policiais perdeu o carregador da pistola, mas logo o encontrou, o que retardou
a fuga por alguns minutos.
A
investigação ocorreu em sigilo no DHPP. Além da testemunha principal do crime,
a companheira da vítima e dois menores apreendidos confirmaram a participação
dos policiais no crime. No despacho de prisão, o juiz assinalou que: “Em
verdade, sem a prisão dos representados, ao que consta nos autos, policiais e
possivelmente integrantes de uma facção criminosa, é impossível que se leve a
bom termo as investigações com os esclarecimentos do fato”.
E
completou: “É do conhecimento comum a crescente onda de violência que sobre
todos se abate, notadamente, com o fortalecimento das conhecidas facções criminosas,
o que, com intimidações de toda ordem, afastam e dificultam investigações de
tão tormentosos crimes”.
Os
quatro policiais estão presos em locais diferentes. Os PMs no Presídio Militar.
Os dois inspetores, na Polícia Civil.
CEARÁ
NEWS 7
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