O Ceará registrou ao menos 103 assassinatos desde o início da paralisação de parte dos policiais militares. Neste domingo (23), sexto dia seguido do motim, ao menos 3 batalhões da Polícia Militar estão fechados.
Conforme o último balanço oficial da Secretaria da Segurança Pública do Ceará, ocorreram 88 homicídios entre a quarta-feira (19) e a sexta-feira (21). Já entre sábado (22) e a manhã deste domingo (23), houve ao menos mais 15, segundo levantamento do G1 em delegacias e com policiais que atenderam às ocorrências.
O governo do Ceará ainda não divulgou um balanço oficial neste domingo.
As 103 mortes registradas desde quarta-feira equivalem a 63% das 164 registradas em todo o mês de fevereiro de 2019.
Até a terça-feira (18), o Ceará vinha registrando uma média de 6 mortes por dia em em 2020, segundo o governo do Ceará. Entre quarta e sexta-feira – período coberto por balanços oficiais até aqui – esse número saltou para 22 por dia.
O motim dos PMs teve início na tarde de terça-feira, mas ganhou corpo a partir de quarta. Homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará têm invadido quarteis, impedindo o seu funcionamento, e esvaziado pneus de veículos oficiais.
Os amotinados reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT).
Por conta da crise, o estado recebeu reforço de tropas da Força Nacional e do Exército Brasileiro para realizar a segurança nas ruas.
Em um dos casos de violência durante a paralisação, um entregador de supermercado foi assassinado na frente da casa do pai em Caucaia, na noite deste sábado. De acordo com testemunhas do crime, a vítima tinha 24 anos e foi atingida por vários disparos. A motivação ainda é desconhecida.
Em outro caso, um soldado da Polícia Militar matou a tiros um jovem de 21 anos durante uma festa de carnaval no Centro de Aracati, no litoral do Ceará, após uma discussão, na tarde de sábado. O militar foi detido no local por uma equipe do Regimento de Polícia Montada (RPMon) da Polícia Militar do Ceará, e autuado em flagrante por homicídio qualificado.
Por G1 CE
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