A permissão para o retorno das visitas no sistema penitenciário no Ceará não foi contemplada entre as medidas de flexibilização que terão início nesta segunda-feira (1º). Segundo o o secretário-chefe da Casa Civil, Élcio Batista, "nesse momento, voltar a ter visita não é recomendável". A declaração foi feita em uma live nas redes sociais na tarde deste domingo (31).
O secretário-geral afirmou que é preciso ter prudência para evitar que surtos de Covid-19 no sistema penitenciário do Estado. Segundo ele, as visitas a detentos devem continuar a ser proibidas "até que a gente tenha uma situação em que a gente tenha mais capacidade de monitorar, mais capacidade de ter a visita com segurança", destaca.
Dentre as medidas para conter o avanço do novo coronavírus no sistema penitenciário, estão as testagens. "Foram feitas, nas quatro últimas semanas, testes nos agentes penitenciários e também testes em presos do sistema penitenciário, para que a gente pudesse, inclusive, separar pessoas que estavam infectadas", afirmou Batista.
O sistema penitenciário cearense registrou duas mortes por Covid-19. O óbito mais recente foi confirmado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 no Sistema Prisional.
Presídio para pacientes
Élcio Batista também lembrou que o secretário da Administração Penitenciária (SAP) Mauro Albuquerque vai adaptar o primeiro presídio de segurança máxima do Estado, prestes a ser inaugurado, para se tornar um hospital de campanha para tratar presos, "para que as pessoas que estejam infectadas possam ser melhor tratadas dentro do sistema", disse.
A criação de um grupo de trabalho com instituições para acompanhar a situação do detentos também foi destacada por Élcio Batista. De acordo com ele, a participação do Ministério Público do Ceará (MPCE), da Defensoria Pública do Estado e da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE) nas discussões dá "transparência àquilo que seria feito no sistema penitenciário, evitando que a gente tivesse as visitas presenciais, mas ao mesmo tempo cuidando para que esses presos pudessem ter o melhor tratamento possível", explicou.
"A gente tem buscado o máximo possível evitar que a gente tenha surtos dentro do sistema. Isso até o momento está relativamente controlado. A gente tem poucos casos dentro do sistema penitenciário, uma demonstração de que o trabalho tem funcionado", defendeu.
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