A
comporta que libera as águas do Eixo do Norte do Projeto de Integração do Rio
São Francisco (Pisf), no reservatório de Jati, foi acionada na manhã desta
quinta-feira (20). Com isso, o recurso hídrico seguiu, finalmente, pelo
Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Esta etapa é apenas de testes, mas a
Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH) acredita que o transporte
acontecerá, efetivamente, no primeiro semestre de 2021, garantindo a segurança
hídrica para 4,5 milhões de habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF).
De
Jati, a água segue pelo chamado "eixo emergencial" do CAC, de 53
quilômetros de extensão, até o Riacho Seco, em Missão Velha, fluindo para o Rio
Salgado e, pelo seu curso natural, alcançará o Rio Jaguaribe, até finalmente,
chegar ao açude Castanhão. São cerca de 350 quilômetros de trajeto. A
transferência do recurso hídrico para a região da capital cearense acontece
pelo Eixão das Águas.
Nesta
fase de testes, a previsão da SRH é que as águas cheguem ao Castanhão em um
prazo de dois a três meses. Do maior açude do Ceará até Fortaleza, a
transferência será em um prazo menor: três dias.
Evitar
perdas
Apesar
do chamado ‘eixo emergencial’ do CAC pronto, a SRH realizou um estudo que
indica que a água será transferida, preferencialmente, no primeiro semestre de
2021, pois, as calhas dos rios estarão cheias graças a estação chuvosa. Na
avaliação da pasta, as perdas seriam menores, pois, teria menos evaporação,
mais rapidez e não correria o risco de retirada dos irrigantes, já que, entre
fevereiro e maio, as precipitações supririam essa demanda.
A
Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra) espera uma vazão de 12 m³/s e,
mesmo com uma provável perda de um volume de 3m³s, será suficiente para
garantir a segurança hídrica da RMF. O tempo de transporte da água depende da
calha do Rio Salgado. Cheio, demoraria cerca de 20 a 25 dias para chegar ao
Castanhão. Seco, o prazo é maior. “A água ainda tem que preencher o solo, que
funciona como uma esponja. Depois de cheio, flui naturalmente”, detalhou
Antônio Lucena, diretor de Águas Superficiais da Sohidra.
'Fator
civilizatório'
O
ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que acionou a liberação
da comporta, ressaltou o investimento que tem sido feito no Pisf em um ano e
seis meses. “Foram quase R$ 3 bilhões, que proporcionalmente foi o maior.
Estamos avançando de uma forma que nunca foi feito. Aqui, em Jati, será o
pulmão do Ceará. Vai permitir que haja, finalmente, a segurança hídrica. Isso é
um fator civilizatório”, classificou.
Após
anunciar que vai realizar a licitação para a retomada da obra do Ramal do Apodi,
última etapa do Pisf, que atenderá 120 municípios do Ceará, Paraíba e Rio
Grande do Norte, Marinho detalhou que em setembro deve anunciar a construção do
canal Apodi/Salgado. “Existem muitas obras ligadas à transposição que estamos
trabalhando”, reforçou o ministro.
Serviços
Apesar
das águas já chegarem ao Ceará, as obras do Eixo Norte do Pisf seguem
acontecendo. Atualmente, há 1.972 trabalhadores, executando serviços
complementares até o Reservatório Caiçara, na Paraíba, como a instalação de
equipamentos auxiliares de monitoramento; a execução de muretas protetoras dos
canais; o sistema de drenagem pluvial; a melhoria de estradas de acesso e
tratamento de taludes.
Fonte:
Diário do Nordeste
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