O idoso suspeito de tentar compensar um cheque falso de quase 50 milhões de reais em uma agência bancária de Fortaleza teve a prisão preventiva revogada pela Justiça nesta segunda-feira (28). A defesa entrou com o pedido de liberdade alegando que o cliente está em idade avançada e também por causa do cenário atual de pandemia de Covid-19. Além disso, também pesou o fato do estado de saúde delicado, já que ele não possui uma parte do pulmão. O pedido foi deferido pelo juiz da 8ª Vara Criminal Henrique Jorge Granja de Castro.
O próprio idoso e outras duas pessoas foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) na última sexta-feira (25) por meio da 184ª Promotoria de Justiça. De acordo com a denúncia, o trio tentou obter para si vantagem indevida ao induzir o gerente da agência a descontar um cheque clonado no valor de R$ 49.388.000,00.
Além do uso de tornozeleira eletrônica, a Justiça determinou outras medidas cautelares a serem observadas pelo idoso como recolhimento domiciliar noturno das 20h às 5h e comparecimento mensal à sede da Central de Alternativas Penais para informar e justificar atividades ou descolacamentos realizados, como por exemplo, para instituições de tratamento ou prevenção de dependência química, caso tal necessidade seja detectada em avaliação psicossocial.
Cheque clonado
Pai e filha foram presos ao tentar compensar um cheque falso de cerca de R$ 50 milhões em uma agência bancária de Fortaleza. Uma terceira pessoa envolvida no crime, que se passou por empresário e utilizava documentos e o nome de uma empresa de Goiás, também foi presa. Os três vão responder por falsidade ideológica, falsificação de documentos e tentativa de estelionato. O caso foi divulgado pela polícia nesta quarta-feira (23).
De acordo com o delegado adjunto da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), Carlos Teófilo, a polícia chegou aos suspeitos após o gerente do banco desconfiar da história contada por Paulo César da Silva Freire, 71, e a filha dele, Andréa Freire Maia, 40. Os suspeitos apresentaram um cheque materialmente falso ao gerente, que acionou a polícia.
Contrato falso de R$ 1 milhão
Os dois foram à agência conversar com o gerente alegando ter uma empresa que prestaria serviços para o suposto empresário, um homem identificado como Charlys Cunha de Farias, 35. Os criminosos simularam um contrato de mais de R$ 1 milhão estabelecido com essa empresa, e queriam transferir parte do dinheiro (R$ 49.388.000,00) para contas de terceiros.
A empresa para qual prestariam o serviço existe e está localizada em Goiás. Os suspeitos tinham cópia dos documentos da verdadeira empresária e o contrato social da empresa.
"Eles levaram o contrato para tentar sacar o dinheiro junto com o cheque. O contrato que eles fizeram seria uma forma de dar uma maior clareza pra negociação, uma forma de ludibriar o pessoal do banco, mostrar que realmente estava sendo feita uma negociação e que não era um cheque que eles simplesmente estavam querendo compensar. Com eles também foi encontrada a cópia do documento da senhora Divina e o contrato social dessa empresa", disse o delegado.
Empresa de Goiás
A polícia ainda investiga uma possível participação da empresa verdadeira, mas adiantou que segue a hipótese de que os criminosos estão usando o nome da empresa de forma fraudulenta.
"A gente acredita também que eles obtiveram essa documentação de forma fraudulenta e estão usando o nome dessa empresa de forma fraudulenta. Imagina que o endosso com a assinatura dela e o carimbo da empresa sejam falsos", apontou Teófilo.
Não aceitavam depósito
Segundo o delegado, pai e filha que procuraram o banco foram enfáticos ao afirmar que não desejavam que o cheque de R$ 50 milhões fosse depositado, mas sim que o dinheiro fosse transferido para contas diferentes de terceiros.
"A história era que um milhão ia para a conta da empresa da dupla e o restante que sobrasse eles queriam que fosse transferido para diversas outras contas", explicou.
Para o delegado, esse era um dos indícios de que se tratava de fraude.
"Porque se o cheque fosse depositado, logicamente que, posteriormente, o banco iria perceber que era fraude. E o cheque teria que ser depositado na conta dele. Então ele queria que fosse passado para contas de terceiros, possivelmente laranjas, para dificultar por parte da polícia a identificação", completou.
A dupla não chegou a repassar as contas para o banco.
Os três vão passar por audiência de custódia para que a Justiça determine se eles vão responder ao crime em liberdade.
Fonte: Diário do Nordeste
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