quinta-feira, 22 de outubro de 2020

PF cumpre mandados no CE e no RJ em operação de combate ao tráfico de fósseis na Chapada do Araripe



A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), a Operação Santana Raptor, que investiga o tráfico de fósseis na Região da Chapada do Araripe, sul do Ceará. O esquema ocorre desde 2017. Estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, sendo 17 no Ceará e 2 no Rio de Janeiro. Um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está entre os suspeitos de integrar a organização criminosa.

Investigações do Ministério Público Federal do Ceará (MPF) apontam que o esquema consiste na extração e comercialização ilegal de fósseis por trabalhadores de pedreiras nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri, onde dois homens foram presos. Um deles estaria entre os principais negociadores de fósseis entre 2017 e 2020, e o segundo seria o responsável por receber valores do professor da UFRJ para coletar e guardar os fósseis.

Fósseis são bens da União e integram o patrimônio cultural e natural brasileiro.

As investigações do MPF apontaram a atuação de uma rede de empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da região, com indícios da prática ilícita por parte do professor da UFRJ e de outros pesquisadores nacionais e estrangeiros.

Caso os crimes sejam comprovados, os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, e podem ser condenados a penas de até 16 anos de prisão.

Decorrente de investigação iniciada em 2017, pelo Ministério Público Federal do Ceará, a Operação Santana Raptor foi batizada com este nome em referência ao gênero de dinossauro encontrado na região da Chapada do Araripe, onde são encontradas riquezas fossilificas de 110 milhões de anos.

A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da Covid-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.


Por Lena Sena e Marco Antônio Martins, G1 CE, G1 RJ


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