A Justiça negou, nesta segunda-feira (30), o pedido de suspensão do julgamento feito pelos advogados de defesa do Marcelo Barberena. O empresário é acusado de assassinar Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes, 38 anos, e a bebê de 8 meses, Jade Pessoa de Carvalho Moraes. O crime ocorreu no dia 23 de agosto de 2015.
A juíza Bruna dos Santos Costa Rodrigues também não acatou o pedido de publicidade (transmissão no YouTube ao vivo do julgamento) e recusou a suspeição dela própria. A magistrada disse que a defesa quer impedir a realização do julgamento hoje e afirmou que não tem de determinar o "desaforamento do julgamento".
O empresário Marcelo Barberena foi a júri popular nesta segunda-feira (30), em Paracuru. O julgamento acontece na câmara da cidade onde aconteceu o duplo assassinato da esposa e filha do acusado.
Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e Jade Pessoa de Carvalho Moraes foram encontradas mortas na manhã do dia 23 de agosto de 2015. O empresário foi preso poucas horas após os homicídios e em um dos primeiros depoimentos prestados à polícia chegou a confessar ser autor do crime. Quase um ano depois, Barberena apresentou uma nova versão dizendo já ter se deparado com as vítimas mortas. Ele diz ter sido pressionado por policiais a confessar a ação.
Nestor Santiago, advogado criminalista e representante de Marcelo Barberena, espera um julgamento difícil e complicado. No entanto, disse que Marcelo é inocente. “Nossa intenção é que tudo seja esclarecido. O júri é um instrumento democrático, com pessoas leigas que vão julgar de acordo com a razão e não com a emoção. O Marcelo não só se considera como é inocente”.
Já Leandro Vasques, assistente da acusação, reforçou que as provas contra Barberena são fartas. Uma delas a da casa que não sofreu arrombamento e da possível arma utilizada pelo empresário no dia do crime.
“As provas dos autos são fartas. Dentre elas, a própria casa que não sofreu nenhum arrombamento. Por tanto, não adianta o acusado sustentar que não foi ele porque não teria outra pessoa que não tivesse motivo para praticar o que ele praticou. A arma do crime era dele. A arma do crime foi encontrada, o DNA dele acusado. Nas vestes foram localizados pólvora residuográficos que constatam que ele sim fez o uso da arma naquela madrugada”, descreveu Vasques.
Familiares pedem Justiça
Cinco anos após a morte, familiares das vítimas ainda buscam Justiça para os assassinatos.
Paulo Pessoa de Carvalho, o pai de Adriana, afirmou na manhã desta segunda que até o dia do julgamento a expectativa era de sofrimento e ansiedade. Porém, hoje [segunda-feira] está confiante.
“A expectativa é de ansiedade, mas no dia de hoje, estou confiante. Temos um bom advogado e o Ministério Público está totalmente empenhado. A decisão não vai trazer nem minha filha nem minha neta de volta, mas pelo menos um alento de que vamos assistir a Justiça funcionar objetivamente”.
A tia de Adriana, Clara Lúcia Moura, disse que a partir desta semana, a família espera sair vitoriosa do julgamento. "Deus quiser a partir desta semana, seremos vitoriosos. Nós vamos sempre procurar sair deste drama. Que fica atingindo nossas vidas", afirmou.
O caso
- 23 de agosto de 2015: Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e Jade Pessoa de Carvalho Moraes são encontradas mortas / Marcelo Barberena é preso no mesmo dia como principal suspeito do crime;
- 1 de setembro de 2015: Polícia Civil conclui inquérito e aponta que a criança foi morta pelo pai com intuito de ele fazer parecer que a casa tinha sido invadida por assaltantes;
- 8 de setembro de 2015: Ministério Público do Ceará denuncia Marcelo Barberena por duplo homicídio triplamente qualificado;
- 15 de setembro de 2015: Justiça acolhe a denúncia e o empresário se torna réu
- 3 de agosto de 2016: Réu depõe na Justiça e diz ter sido coagido pelos policiais a assumir os homicídios;
- 20 de outubro de 2016: Juízo da Vara Única de Paracuru pronuncia o réu determinando que ele vá a júri popular;
- 1 de agosto de 2017: TJCE mantém decisão de levar Marcelo Barberena a júri;
- 6 de agosto de 2019: Superior Tribunal de Justiça (STJ) concede habeas corpus para o empresário;
- 9 de agosto de 2019: O réu sai da Unidade Prisional Irmã Imelda, em Aquiraz, na Grande Fortaleza;
- 26 de outubro de 2020: Marcada a data para o julgamento
- Júri
Por G1CE
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