O casal que estava desaparecido e foi achado morto na última sexta-feira (30), em Aquiraz, na Grande Fortaleza, foi torturado e executado por uma facção criminosa em um "tribunal do crime". A informação é do delegado Everardo Lima da Silva, titular da Delegacia Metropolitana de Eusébio. O casal esteve desaparecido de 11 de setembro a 30 de outubro, quando os corpos foram encontrados.
De acordo com o delegado, a confirmação de que o casal foi julgado pelos criminosos ocorreu por meio de um boletim de ocorrência registrado por uma testemunha. Um motorista de aplicativo que também foi "julgado", porém foi "absolvido" pelos criminosos, de acordo com os policiais.
“No mesmo dia da ocorrência do BO eu consegui uma ligação direta por telefone dessa pessoa que registrou o BO e que, depois, descobrimos que se tratou de uma testemunha ocular. Justamente o senhor Ozimar Almeida”.
Sheldon Luiz de Castro Ângelo tinha sido identificado pela própria família como Carlos Vinícius de Sousa. No entanto, de acordo com as investigações da Polícia Civil, esse nome não é verdadeiro. Ao descobrir a identidade correta, os policiais civis descobriram que Sheldon já possuía três mandados de prisão, em Fortaleza, em Caucaia e no Estado do Acre - de onde é natural. Leidiane também tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas em 2015.
O delegado acrescentou ainda que as investigações mostram que Sheldon era integrante do grupo criminoso e trabalhava como carregador de drogas. A principal suspeita da polícia é que a execução do casal tenha sido motivada por um carregamento de entorpecentes que Sheldon perdeu.
Leidiane de Sousa Vieira, 32, e Carlos Vinícius de Sousa, 40, eram procurados pela polícia desde o desaparecimento. A mulher se preparava para um aniversário na cidade de Pacajus, a 57 Km de Fortaleza, quando disse ter recebido um pedido de ajuda do marido após um acidente de trânsito. De acordo com a família, Leidiane teria ido ao local do acidente quando foi vista pela última vez.
Testemunha liberada e casal executado
O delegado afirmou que a testemunha juntamente com o casal foram levados para um matagal. Lá, segundo o que foi relatado pela testemunha, o casal foi torturado e, em seguida, executado. A testemunha foi absolvida e liberada.
“Ele deu conta que foi levado por um grupo de homens mascarados até um matagal. E lá ele presenciou a execução do casal". “Antes deles serem executados foram torturados. Pelas investigações relatou no BO houve ali um tal julgamento do crime. Ele e o casal foram levados por uma facção criminosa e foram julgados. O casal acabou sendo condenado e já o Ozimar ele foi tido absolvido e liberado do local”, explicou o delegado Everardo Lima.
Análise de DNA
Os corpos foram encontrados em um terreno baldio, no distrito de Jacundá, Aquiraz, na última sexta-feira (30), e levados à Perícia Forense do Ceará (Pefoce), onde passam por análise de DNA para confirmar que os corpos são de Sheldon Luiz de Castro Ângelo e Leidiane de Sousa Vieira. Cinco suspeitos de cometer o crime foram presos. Foram apreendidas munições, arma, drogas, balança de precisão, colete à prova e celulares durante a operação que capturou os suspeitos.
Seis crianças
Casados há três anos, Carlos e Leidiane eram responsáveis por seis crianças, cinco delas de outros relacionamentos, além do caçula da família, com um ano e seis meses, filho do casal. À espera da família, parte delas está com a artesã Maria Lucileuda Dantas de Souza, 54, mãe de Leidiane.
"Duas crianças estão com a mãe biológica, do relacionamento anterior do Carlos, e os filhos da minha filha estão comigo”, disse a mãe.
Por G1 CE
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