A redução na velocidade dos ventos é uma das causas da sensação de calor no Ceará, explica o meteorologista Raul Fritz, da Funceme. O fenômeno é comum nesta época do ano e precede o período chuvoso do Estado. Além da diminuição na frequência dos ventos, outro motivo para as altas temperaturas está na redução de nuvens no céu cearense.
Nos últimos dias, o Ceará registrou chuvas em alguns municípios. Crateús, a 350km de Fortaleza, por exemplo, teve volume de 119mm. Episódios chuvosos, garante Fritz, são comuns na pré-estação. No entanto, as altas temperaturas sentidas em 2020, além da presença de chuva neste fim de ano, podem não ter relação com a intensidade de chuvas em 2021, ressalta o meteorologista.
“Está tudo dentro do esperado. Nem a mais, nem a menos”.
Calor
A velocidade dos ventos no Ceará começa a reduzir em outubro após um período de alta em agosto. “No fim de ano, temos uma velocidade entre 10 e 30 km/h. É menor do que o percebido em agosto. A velocidade média era por volta de 40 km/h. Algumas rajadas chegavam a até 50 km/h”, calcula.
Mesmo que todo cearense esteja sujeito às variações de calor nesta época do ano, algumas regiões podem sentir mais a diferença de temperatura. “Quem está no litoral do Ceará também percebe uma alta nas temperaturas, mas o aumento é mais sentido no interior do Estado. Por lá, a velocidade dos ventos vai diminuindo. Por isso, a sensação de calor é maior no interior em relação ao litoral”, complementa o pesquisador.
Por conta do fenômeno, as temperaturas absolutas ficaram acima dos 30° nos últimos dias, relata o meteorologista. O destaque vai para Guaramiranga, na região serrana do Maciço de Baturité. “No dia 1° e no dia 2 de novembro, os termômetros registraram altas de 31° por lá. Isso não é muito comum, mas também não é impossível. É rápido, não é uma coisa constante. Essas temperaturas são observadas em determinados momentos do dia. Principalmente, entre o meio e o final da tarde”, salienta.
Por Cindy Damasceno, G1
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