O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informou que uma falha na montagem e condicionamento do conjunto de válvulas do ramal causou o colapso na estrutura da barragem de Jati, no Ceará. Os resultados obtidos pela perícia foram divulgados durante uma transmissão ao vivo no YouTube, na noite desta terça-feira (1º). O rompimento do duto que transporta as águas do Rio São Francisco da Barragem de Jati ocorreu em 21 de agosto deste ano. Preventivamente, mais de 2 mil moradores foram removidos de suas casas após o incidente. Ministério autorizou o repasse de R$ 100,6 mil para assistência às famílias.
"O documento aponta que houve falha na montagem e condicionamento de válvulas do canal. A empresa contratada para fazer esse trabalho não procedeu de forma adequada que é justamente a operação da válvula esférica e a operação desta válvula não ocorreu de acordo com as normas e os padrões do fabricante daquela peça. Foi uma sequência de falhas, um somatório de erros", afirmou Marinho.
O ministro esclareceu ainda que o mecanismo de abertura e fechamento da válvula que deveria ser automático foi realizada de forma que o manejo passasse a ser manual, contrariando as recomendações do fabricante da peça.
"A montagem incompleta inviabilizou a operação automática do conjunto de válvulas que garantiria sua segurança e operação devida ao intertravamento automatizado previsto em seu trajeto. A opção da marcação manual da indicação da válvula esférica aberta ou fechada ao invés da correta instalação do conjunto de sensores indicadores de sua posição potencializou a insegurança para a operação pois expôs a necessidade de uma verificação visual da posição aberta ou fechada, transferindo para o operador a necessidade dessa operação, procedimento que é passível de falhas. O que deveria ser automático passou a ser manual, numa clara infração nos próprios procedimentos definidos pelo fabricante do equipamento", revelou o documento.
O Ministério do Desenvolvimento Regional vai abrir um procedimento administrativo para calcular os danos e prejuízos e vai passar a informações à Advocacia Geral da União (AGU). Haverá um diálogo com a empresa responsável para o ressarcimento dos prejuízos financeiros e operacionais. "Caso essa conciliação não seja possível, não descartamos a possibilidade de acionar judicialmente a empresa", finalizou o ministro Marinho.
Por Paulo Martins, G1 CE
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