terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Agentes sócio-educadores paralisam e tensão domina unidades com risco de fuga



Agentes sócio-educadores de quatro unidades do sistema de custódia para adolescentes infratores paralisaram as atividades nesta terça-feira (19), fato que agrava a situação de  permanente tensão nos centro educacionais onde estão recolhidos menores envolvidos em atos infracionais graves como homicídios, tráfico de drogas, roubos e até seqüestros. Os motins e tentativas de fuga são comuns e muitos educadores acabaram reféns e agredidos.

Os agentes decidiram cruzar os braços em protesto pelos mais recentes episódios de violência em que acabaram sendo agredidos pelos menores, pela falta de equipamentos de proteção individuas (como coletes, capacetes, armamento não letal, dentro outros) e pela forma como o governo planeja a contratação de novos servidores, contrariando a Lei Federal sobre o assunto.

Nesta manhã de terça-feira já estão paralisadas as atividades dos sócio-educadores nos Centros Patativa de Assaré, São Miguel, Canindezinho e Passaré. O clima de tensão está elevado e a Polícia Militar foi colocada em algumas unidades para impedir a deflagração de motins ou rebeliões e fuga dos internos.


Feridos

Há duas semanas, uma nova rebelião e tentativa de fuga de internos do Centro Educacional Patativa do Assaré, localizado no bairro Ancuri, na zona Sul de Fortaleza (Grande Messejana), terminou em vários agentes sócio-educadores  feridos por pauladas, pedradas e outros meios de agressão. Um dos agentes ficou em estado grave e encaminhado ao Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro).

A Polícia Militar teve que intervir novamente para impedir uma fuga coletiva naquele centro que já foi palco de dezenas de motins, fugas e até assassinatos.


Seleção ilegal

Recentemente, o governo anunciou a contratação de novos agentes para ocupar postos nos Centro Educacionais do Estado destinado ao recolhimento dos adolescentes infratores.  A forma, porém, como está sendo realizada a seleção é motivo de denúncias e revolta dos atuais servidores dos centros.

O deputado estadual Delegado Cavalcante tem denunciado a forma ilegal como o Estado tem tratado desse assunto. “Estão fazendo a seleção (para contratação) por currículo. O governo está burlando totalmente uma lei federal, e prejudicando os agentes que foram selecionados através de concurso”, assinala.


Por : Fernando Ribeiro, CN7

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