As infrações por dirigir sob influência de álcool nas rodovias estaduais do Ceará caíram 67,8% entre os anos 2019 e 2020 — de 1.114 para 358, em números brutos. Foi a queda mais drástica da década, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE). A redução chega a 93,4% quando se compara o ano 2010 ao de 2020.
Em Fortaleza, o número de testes do “bafômetro” também registrou uma queda significativa entre 2019 e 2020, saindo de 106.366 exames para 28.730, numa diminuição percentual de 72,9%. Essa realidade, porém, não é exclusiva do Ceará e não necessariamente significa que os condutores estejam cometendo menos a infração de beber e logo depois dirigir.
Segundo o especialista em trânsito, segurança e mobilidade, Renato Campestrini, a pandemia de Covid-19 inibiu no último ano parte das operações de fiscalização da Lei Seca em todo o País. “Não são poucos os condutores que nos questionam se a fiscalização deixou de ser realizada por não mais se depararem com ela como ocorria até o início de 2020”, comenta Campestrini.
Resistência
O risco de ver menos fiscais na rua é alto. Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza, lembra que, apesar de haver mais obediência a ela, a Lei Seca ainda enfrenta grande resistência da população e, no momento em que as blitze diminuem, é possível que se estimule novamente a adoção de comportamento de risco, já que há menos chance, para o condutor, de ser multado. “Doze anos atrás (quando a Lei Seca entrou em vigor) era mais comum ver pessoas bebendo e dirigindo, mas boa parte delas ainda precisa ser dissuadida”, ressalta o especialista.
Fiscalização
Júlio Cavalcanti, diretor de Fiscalização do Detran-CE, nega que a queda nos números referente às rodovias estaduais tenha alguma relação com menos fiscalização. Segundo ele, a pandemia de Covid-19 teve impacto na redução somente quando, no período do isolamento social rígido, inibiu a circulação de veículos nas estradas. “Estamos fazendo diuturnamente a fiscalização, e a gente sempre foca muito na Lei Seca”, afirmou.
Fonte: Diario do Nordeste
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