Desde o início da pandemia de Covid-19, 55 mil famílias "ou seja, mais de 60 mil pessoas" do Ceará entraram na linha da pobreza ou pobreza extrema, de acordo com o Ministério da Cidadania. Isto significa que grupos de pessoas vivem com renda mensal que varia entre R$ 89 reais (extrema pobreza) e R$ 178 (pobreza) ou menos.
Ao todo, no estado são mais de um milhão de famílias "o que representa cerca de três milhões de pessoas" vivendo com esta renda mensal extrema. Na linha da pobreza, são 135 mil famílias que recebem, no máximo, R$ 178 reais.
Os números representam 38% da população, e o impacto é sentido, especialmente, entre grupos como a família de Claudenice Gomes, que vende água pelas ruas e praias de Fortaleza, mas encontrou ainda mais dificuldade após o início da pandemia.
"Tem dias que os meus filhos e filhas pedem merenda, eu não tenho dinheiro para comprar. Eu vou ao mercantil e peço gordura, peço ossada, um rapaz ali me dá peixe, eu vivo disso", revela a vendedora ambulante que vive em extrema pobreza em uma ocupação no Bairro Caça e Pesca, em Fortaleza.
Mariana Lobo, supervisora do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da Defensoria Pública do Ceará, explica que o órgão tem feito ações para beneficiar a população em situação de miséria e garantir o acesso a itens básicos. "A gente saiu rodando para chegar perto dessas pessoas", explica a supervisora.
"Elas viviam muito da questão da pesca, a fonte de renda delas era a pesca, a venda para barracas de praia, para o turismo para a economia gerada ali naquela região. Com a pandemia e, em consequência, o lockdown, o fechamento dos estabelecimentos, elas passaram a não ter mais essa fonte de renda, e aí se comprometeu que elas pudessem comprar os gêneros alimentícios necessários", complementa Mariana.
Fonte: G1 CE
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