Oito pessoas suspeitas de aplicarem golpes contra servidores públicos através da substituição de empréstimos consignados foram presos nesta terça-feira (29) durante a segunda fase da operação “Portabilidade Falsa”, da Polícia Civil do Ceará. A operação teve como alvo uma empresa com sede no Bairro Aldeota, em Fortaleza. Investigações apontam que o grupo já movimentou mais de R$ 12 milhões no Ceará.
No dia 11 de junho, outras sete pessoas já haviam sido presas suspeitas de participação em golpe similar. As investigações ocorreram após equipes da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) investigarem ações de cinco empresas suspeitas de aplicar golpes contra servidores do estado.
Durante o levantamento de informações, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os investigadores descobriram que as vítimas eram surpreendidas pelos suspeitos, que ofereciam vantagens para que as pessoas fizessem a portabilidade dos empréstimos consignados.
“O grupo realizava fraudes oferecendo a servidores públicos empréstimos consignados e, ao final, eles se empoderavam investindo o valor em uma determinada conta. Eles ficavam com 90% do valor do empréstimo. Esse golpe iniciou no Rio de Janeiro. Aqui no Ceará, a Polícia Civil já desarticulou dois grupos que realizavam esses golpes”, explica o delegado Andrade Júnior, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).
No caso denunciado, as quatro vítimas não fizeram acordos com a empresa, no entanto, receberam uma quantia em dinheiro em suas determinadas contas. Ao perceber a ação, elas entraram em contato com os supostos atendentes da empresa e eram orientadas a fazer um depósito de volta para o dono da firma, mas, na verdade, tudo não passava de uma artimanha dos suspeitos para concretizar os golpes. Os valores das prestações eram incluídos na conta da vítima, que sofria o prejuízo.
Policiais se mobilizaram e foram até a sede da empresa. No local, diversos materiais foram apreendidos, entre notebooks, documentos, cadernos com anotações, aparelhos celulares e crachás. A Polícia Civil configurou a situação de flagrante diante do material encontrado na empresa.
As oito pessoas foram conduzidas à DDF e autuadas em flagrante pelos crimes de estelionato, crime contra a ordem tributária, na Lei de Crimes de Lavagem de Dinheiro e organização criminosa. As investigações apontam que o grupo desarticulado era o “braço” de uma outra empresa, na qual sete pessoas também foram presas suspeitas de aplicar golpe similar.
Grupos criminosos
Nas duas fases da operação “Portabilidade Falsa”, 15 pessoas foram presas no mês de junho no Ceará. Na primeira fase, sete pessoas foram conduzidas à DDF e autuadas pelos mesmos crimes. Um dos suspeitos é natural do Rio de Janeiro, estado onde fica a matriz da empresa. Outras seis pessoas também foram presas.
A DDF segue investigando os casos no intuito de identificar e localizar outros envolvidos na ação criminosa. A Polícia Civil ressalta que qualquer pessoa que se sentir lesada por ação semelhante deve procurar uma unidade policial para registrar o caso.
Por Isayane Sampaio, G1 CE
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