Um policial militar foi preso nesta terça-feira (20) na quarta fase da Operação Gênesis, que investiga uma organização criminosa formada por policiais e traficantes. De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), o PM preso cobrava R$ 500 mil para liberar traficantes e não levá-los para a prisão.
A operação tinha como meta cumprir 12 mandados de busca e apreensão. Onze deles foram cumpridos em Fortaleza e Região Metropolitana.
Ainda de acordo com as investigações, o policial militar preso nesta terça-feira é apontado como chefe do grupo criminoso. Ele, com ajuda de outros policiais envolvidos na prática criminosa, buscava traficantes com muito dinheiro, fazia abordagem e pedia uma alta quantia para não levar o criminoso preso. O grupo atuava na Grande Messejana e usava o aparato da polícia para identificar e monitorar as vítimas.
Segundo o promotor de Justiça Adriano Saraiva, além dos policiais envolvidos nos crimes, eles tinham informantes que avisavam sobre o paradeiro de traficantes para os policiais chegar e realizar a abordagem.
"Eles escolhiam as vítimas por esses informantes, geralmente com um certo poder aquisitivo, e com passagem pela polícia, que era justamente para facilitar a abordagem. Escolhida essa vítima, esse nome era passado para o líder da organização criminosa que com todo o aparato da polícia, começava a monitorar os passos dessa vítima. E no momento adequado, ele se reunia com os outros policiais, com esses informantes, e realizavam abordagem", explica Saraiva.
O promotor também contou que a vítima era extorquida, que os PMs cobravam vantagem e quando a vantagem era paga, os traficantes eram liberados, ao invés de serem presos.
"Nós recolhemos, com as apreensões, vários celulares, notebooks que vão ser periciados e provavelmente vamos encontrar mais informações e mais gente envolvida. Os crimes foram crimes de extorsão, de tortura e de comércio ilegal de arma de fogo", disse.
Por G1 CE
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