O Ministério da Saúde deverá rescindir o contrato para a compra de 10 milhões de doses a vacina russa Sputnik V, usada na imunização contra a Covid-19. A informação é do Valor Econômico. Segundo o jornal, a Pasta espera concluir análises jurídicas para anunciar a decisão.
A falta de aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será o argumento utilizado pelo governo federal para explicar o cancelamento da aquisição das doses.
No último dia 4 de junho, a Anvisa chegou a autorizar, com restrições, a importação "excepcional e temporária" da Sputnik V. O número de doses será restrito a 1% da população brasileira.
Na prática, das 5,8 milhões de doses negociadas pelo Ceará, somente 183 mil puderam avançar na compra direta.
Além disso, cada lote da vacina russa entregue ao país dependerá ainda de aprovação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
COVAXIN
Assim como a Sputnik V, o contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin também será suspenso. A decisão já havia sido anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em 28 de junho.
O contrato foi assinado pelo Brasil ainda no mês de fevereiro, mas as doses nunca chegaram a ser enviadas pela Índia.
Atualmente, o Ministério Público Federal (MPF) apura supostas irregularidades na compra da Covaxin. Um dos elementos usados no inquérito foi o depoimento de um servidor do Ministério da Saúde que apontou pressão atípica da cúpula da pasta para tentar liberar a importação da Covaxin.
Segundo o depoimento, um dos responsáveis pela pressão foi o tenente-coronel Alex Lial Marinho, que integrava o principal grupo auxiliar do general Eduardo Pazuello em sua gestão no Ministério da Saúde.
O preço elevado é uma das razões para a necessidade de investigação criminal, segundo o MPF. O valor é superior aos da negociação de outras vacinas no mercado internacional, como a Pfizer, conforme o despacho da Procuradoria. No Brasil, a dose da Pfizer saiu por US$ 10.
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