quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Gasolina sobe de preço nas refinarias e fica mais cara desde a última quinta-feira

 


Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter afirmado, na semana passada, que sugeriu ao presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, não aplicar reajuste nos combustíveis toda vez que houver variação no dólar e no barril do petróleo, a estatal voltou a anunciar aumento no preço da gasolina, embora em ritmo mais tímido.

Conforme comunicado da companhia divulgado ontem, o litro da gasolina passará de R$ 2,69 para R$ 2,78 nas refinarias a partir de hoje. É o nono reajuste no ano e o segundo aumento nos preços do combustível na gestão de Luna. Seu antecessor, Roberto Castello Branco, tentava corrigir a defasagem de preços entre os mercados interno e externo de forma mais frequente, o que não agradava a Bolsonaro, que o demitiu em fevereiro.

O reajuste anunciado ontem, representa alta de 3,34%, acima da correção anterior, de 6,3%, realizada em julho, mostrando uma desaceleração na velocidade da política de preços da Petrobras.

O anúncio da estatal coincidiu com a cerimônia no Palácio do Planalto de assinatura da medida provisória que autoriza a venda direta de etanol por produtores aos postos de combustíveis. A iniciativa, que busca reduzir os custos do etanol para o consumidor, acabou sendo ofuscada pelo novo aumento da gasolina.

Pelos cálculos do economista Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, ainda há defasagem de 13% nos preços da gasolina. ''A nova gestão da Petrobras sinalizou que só fará um reajuste quando observar uma mudança estrutural nos preços do petróleo e do dólar. A dinâmica é de um ritmo menor do que a gestão de Castello Branco e mostra que eles querem aumentar o espaçamento entre as correções'', avaliou.


Vilões

De acordo com Andre Braz, analista de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o combustível se mantém entre os principais vilões da inflação. Ele estimou que o novo reajuste deverá ter impacto de 1% a 1,5% para o consumidor, o que poderá representar alta de 0,06 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto.


Fonte: Correio Braziliense

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