quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Maioria dos reservatórios do Ceará está com níveis de armazenamento abaixo de 30%

 


O Ceará dá boas vindas a setembro, considerado o mês mais seco do ano, com a maioria dos reservatórios em nível crítico de volume hídrico. É o que mostram dados do Portal Hidrológico do Estado, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), extraídos nesta quarta-feira, 1º. De acordo com a plataforma, dos 66 açudes monitorados, em 55 o volume de água armazenado está abaixo de 30% da capacidade total. Nos outros 11, o índice é superior a 90%.

Considerando a média de todos os reservatórios analisados, o nível de reserva hídrica no Estado é de apenas 26,4%. O volume tem caído progressivamente desde o fim da quadra chuvosa, em maio, quando havia alcançado 27,9%. Naquela ocasião, o número de reservatórios com armazenamento inferior a 30% era 47. Já a quantidade dos que acumulavam nível acima de 90% chegava a 33. Outros 10 açudes chegaram até mesmo a transbordar a capacidade máxima de 100%.

Com o fim do período mais chuvoso do ano e a alta constante das temperaturas, a ocorrência de precipitações se torna cada vez mais difícil no segundo semestre, o que tende a agravar a situação dos açudes em todas as regiões do Estado. Ainda assim, a Cogerh descarta a possibilidade de desabastecimento humano nos 184 municípios cearenses.

Embora o nível de água dos reservatórios esteja em patamar considerado preocupante, a situação atual é um pouco melhor do que o cenário vivenciado no início do ano. Em janeiro, nenhum dos açudes monitorados apresentava reserva acima de 90%. A média de recarga, por sua vez, era de 24,6%, ligeiramente inferior à registrada nesta quarta-feira.


Maiores reservatórios

Dos três maiores açudes do Estado, o Banabuiú, segundo da lista, que integra bacia hidrográfica homônima, é o que apresenta situação mais crítica, com apenas 9,18% de nível hídrico. O reservatório tem capacidade para cerca de 217 mil m³.

Já o Castanhão, que suporta até 973 mil m³, acumula recarga de apenas 12,38%. O quadro é menos crítico no açude de Orós, onde 26,23% do volume hídrico (493 mil m³) está preenchido.

Há exatamente um ano, os níveis de ocupação hídrica do Castanhão e do Banabuiú eram 14,53% e 13,61%, respectivamente. Na contramão, o reservatório de Orós tinha volume inferior ao de agora (25,43%).


São Pedro "tá off"

No momento em que os reservatórios mais precisam da água que vem do céu para aliviar os níveis de armazenamento, as previsões não são das melhores. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará deve apresentar predomínio de céu com poucas nuvens, baixa umidade relativa do ar e temperaturas mais elevadas nos próximos dias, condições que favorecem a escassez de chuvas.

De acordo com a gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, o cenário atual é típico desta época do ano. “O segundo semestre é mais propício à baixa umidade do ar devido à escassez de chuvas. Assim, passamos a ter predomínio de céu claro ou com poucas nuvens. Nos horários mais quentes do dia, observa-se a queda na umidade, que é mais sentida no interior. Em cidades como Tauá, a umidade média mensal de 76% em abril cai para 42% em setembro. Em Fortaleza, a proximidade do mar faz com que os valores não sejam tão baixos, sendo que a média é de 71%”, explica a especialista.

As baixas umidades, além de causarem maior sensação de calor, também podem ter impacto na saúde humana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os níveis de umidade nas seguintes proporções:


– Estado de observação: 40% a 31%;

– Estado de atenção: de 30% a 21%;

– Estado de alerta: de 20% a 12%.


No estado de alerta, o órgão recomenda evitar a exposição ao sol e a prática de atividades físicas ao ar livre. A orientação é que, em períodos como esse, haja um aumento na ingestão de água, suco natural e/ou água de coco, para manter o corpo sempre hidratado.


Fonte: Diario do Nordeste

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