O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) cumpre, na manhã desta quinta-feira (23), 23 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Caucaia e Maracanaú. São 15 pessoas alvos de buscas, duas cooperativas e seis empresas, dentre elas três postos de combustíveis e duas locadoras de veículos, cujos nomes não foram divulgados em razão de o processo correr em segredo de justiça.
A “Operação Closing” é um desdobramento da “Operação Veniet”, realizada em 12 de dezembro de 2018, cuja investigação apurou a existência de uma organização criminosa atuando no município de Limoeiro do Norte.
Conforme o Ministério Público, o esquema atuava fraudando licitações e desviando dinheiro público, já tendo sido oferecidas três denúncias, contra 27 réus, pelos crimes de organização criminosa, peculato, fraude licitatória, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Nesta nova fase da investigação, segundo o MPCE, constatou-se a existência de uma outra organização criminosa que atua também em fraudes licitatórias em diversos municípios do Estado, sendo o dinheiro ilícito “branqueado” na forma de constituição ou aquisição de empresas (postos de combustíveis e locadoras de veículos), além da aquisição de veículos, sendo que os bens são registrados em nomes de parentes e amigos dos líderes da organização, para tentar desvincular a origem ilícita dos mesmos.
Desvio de dinheiro de prefeitura
Ao longo de três anos de investigação, o Ministério Público alega ter descoberto a existência de uma organização criminosa atuando no município de Limoeiro do Norte, voltada para desviar dinheiro público, tendo como integrantes várias pessoas, todas já denunciadas.
Conforme constou em uma das denúncias, a organização criminosa utilizava-se de uma empresa para desviar grande parte do dinheiro recebido da Prefeitura de Limoeiro do Norte, sendo utilizadas contas de dois integrantes da organização que não tinham nenhum vínculo com a empresa que prestava serviços em Limoeiro do Norte.
Envolvidos
O MPCE afirma que um dos mentores da organização criminosa, mesmo já tendo sido denunciado por vários crimes, ainda continua, "ao que tudo está a indicar", cometendo crimes.
As investigações também apontam a participação de um casal de bancários suspeitos seus nomes para o registro de vários veículos pertencentes à organização criminosa, com 16 veículos no nome deles, a maioria deles de luxo.
Outros investigados são mãe e filho, sendo ela é suspeita de fornecer sua conta bancária para a movimentação do dinheiro desviado e de utilizar o seu nome para registrar bens de origem ilícita, sobretudo para encobrir a participação do filho, apontado como um dos líderes da organização criminosa.
Também são alvos da operação as pessoas apontadas como “laranjas”, as quais registraram postos de combustíveis, locadoras de veículos e automóveis em seus nomes, visando dissimular a origem ilícita dos bens, além de um ex-secretário de Saúde de um município do Ceará.
Por g1 CE
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