O cantor cearense Wesley Safadão, a mulher dele, Thyane Dantas, e outras seis pessoas foram indiciadas, nesta sexta-feira (29), pela Polícia Civil do Ceará por irregularidades na vacinação contra a Covid-19. O inquérito foi enviado ao Tribunal de Justiça (TJCE).
O casal e outras cinco pessoas
deverão responder na Justiça estadual pelos crimes de peculato e infração de
medida sanitária.
Segundo a Polícia Civil, as penas
somadas podem chegar a 13 anos de prisão. A produtora do cantor, Sabrina
Tavares, foi indiciada apenas pelo crime de infração de medida sanitária.
Relembre o caso
Thyane Dantas furou a fila da
vacina contra a Covid-19 em 8 de julho de 2021. Ela tinha 30 anos e, na época,
o calendário municipal de vacinação previa aplicação em pessoas com 32 anos ou
mais.
Já Wesley Safadão e a produtora
Sabrina Tavares estavam agendados para serem vacinados no mesmo dia no Centro
de Eventos do Ceará, mas foram a outro posto de vacinação em um shopping. A
investigação apurava se eles foram ao shopping como forma de escolher o tipo de
vacina.
De acordo com a Polícia Civil, as
investigações indicaram que três servidores públicos da Secretaria da Saúde do
Município (SMS) de Fortaleza "foram os responsáveis pelo sucesso da
vacinação do trio".
Conforme as apurações, eles contaram
o apoio e participação de outras duas pessoas, que não atuavam no governo
municipal.
"Ficou caracterizado que a
vacinação das três pessoas investigadas decorreu de um prévio ajuste entre
elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía
contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência
despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no
local", escreveu a Polícia Civil em nota.
Ainda segundo a polícia, os três
servidores teriam agido "de maneira voluntária e deliberada, sem qualquer
tipo de ciência, autorização ou conivência por parte da SMS de Fortaleza".
As investigações duraram dois meses, e foram ouvidas, ao todo, 19 pessoas.
Os agentes descartaram a
existência de pagamento financeiro com provas obtidas nas apurações. Segundo os
policiais, o favorecimento foi para "satisfação de interesses
pessoais".
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