Pela primeira vez, nenhuma macrorregião de saúde do Brasil apresenta nível extremamente alto de número de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), segundo boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado nesta quinta-feira, 14. No entanto, estados de todas as regiões brasileiras, exceto Norte, registraram número elevado de casos semanais dentre as crianças de até 9 anos.
Em algumas localidades, o volume de casos de SRAG foi ainda superior aos picos de 2020. A análise de casos positivos para diferentes vírus respiratórios aponta ainda a presença considerável de vírus sincicial respiratório (VSR) dentre as crianças. Em 2021, os casos semanais estão em patamar ligeiramente superior ao de casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Na população adulta, pessoas com idade acima de 20 anos, a Covid-19 ainda é predominante nos casos de SRAG. A infecção por Sars-CoV-2 é responsável quase que pela totalidade dos casos com identificação de vírus respiratório por exame laboratorial.
O cenário brasileiro é considerado estável, mesmo com sinal de crescimento leve nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). O aumento está presente em todas as faixas etárias entre 30 a 69 anos. No caso das crianças, no entanto, esse índice está com patamar elevado.
O Ceará está entre os dez estados que apresentaram sinal forte de crescimento (95%) na tendência de longo prazo e moderado (75%) na tendência de curto prazo. Esse aumento está concentrado na população mais idosa e em crianças de até 9 anos. Já Fortaleza aparece entre as onze capitais que apresentam crescimento na tendência de longo prazo.
“Em função do avanço da cobertura vacinal de primeira e segunda dose entre adultos e jovens adultos, é de fundamental importância acompanhar a evolução de casos entre a população de crianças e adolescentes, bem como nos mais idosos, para um acompanhamento da tendência e nível de transmissão comunitária”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Relação entre SRAG e Covid-19
Síndromes respiratórias são um conjunto de sinais e sintomas, relatados pelos pacientes e observados em exames, que indiquem infecção no sistema respiratório. Febre, calafrios, coriza, dor de cabeça, dificuldade para respirar, cansaço pulmonar ao realizar tarefas simples e perda de olfato e paladar são alguns dos indicadores.
Em casos leves, o diagnóstico é de Síndrome Gripal, enquanto os mais graves são chamados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A classificação é usada quando não há, por não terem sido realizados ou ainda não estarem prontos, resultados de exames que determinem qual o tipo da infecção. Síndrome Gripal e SRAG podem ser considerados, portanto, como pré-diagnósticos. Algumas das possibilidades são gripe comum, pneumonia e Covid-19.
Fonte: O Povo
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