O ex-ministro da Justiça André Mendonça classificou a aprovação dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) como “um salto para os evangélicos” do Brasil. Nesta quarta-feira (1º), ele teve o nome aprovado pelo plenário do Senado, por 47 votos a 32, a votação mais apertada entre os atuais ministros do STF.
“A primeira reação foi dar glórias a Deus por essa vitória. É um passo para um homem, mas na história dos evangélicos do Brasil, é um salto. Um passo para o homem, um salto para os evangélicos”, disse Mendonça em pronunciamento após a sessão.
O futuro ministro da Suprema Corte classificou a ida dele ao Tribunal como uma “responsabilidade muito grande”. “Uma nação de 40% da população [brasileira] que hoje é representada no Supremo Tribunal Federal”, destacou o ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União no governo Jair Bolsonaro.
A nomeação de André Mendonça ao STF era esperada desde 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro disse que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico”. A aproximação entre os dois foi um dos fatores que dificultaram a aprovação dele pelos senadores.
Na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, também nesta quinta-feira (1º), Mendonça foi questionado sobre religião e estado laico. Ele prometeu abandonar o lado religioso no STF e seguir a Constituição.
“Ainda que eu seja genuinamente evangélico, entendo não haver espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do Supremo Tribunal Federal. Nesse contexto, também consigno que a Constituição é e deve ser o fundamento para qualquer decisão por parte de um Ministro do Supremo. Como tenho dito quanto a mim mesmo, na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”.
Já após a aprovação, André Mendonça reconheceu que deve enfrentar críticas em algumas decisões que proferir no STF. “Virão decisões em que serei criticado. E merecerei por vezes. Mas tentarei fazer do meu país um país mais justo”.
A
posse de André Mendonça no Supremo Tribunal Federal deve ser marcada nos próximos
dias pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux. Aos 48 anos, de acordo com a
lei atual, ele poderá permanecer no STF até 2048, quando completará 75 anos de
idade.
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