Apenas quatro municípios do Cariri não registram homicídios desde 2021. A região contabiliza uma redução de 18% no número de pessoas assassinadas, ao serem comparados os dois últimos anos: foram 302 casos em 2020 e 249 em 2021. São elas: Altaneira, Granjeiro, Porteiras e Tarrafas. Antonina do Norte havia passado todo o ano de 2021 sem assassinatos, mas voltou a registrar uma vida perdida para a violência este ano. Os primeiros 45 dias de 2022, no entanto, somam 29 pessoas assassinadas no Cariri. Os indicadores demonstram que uma pessoa foi morta, praticamente, a cada dois dias na região (um assassinato a cada 1,46 dia).
Principal conglomerado urbano caririense, as cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha somam 62% de todos os homicídios cometidos em 2021 no Cariri, com um total de 155 pessoas mortas. Em Crato, 47 pessoas foram assassinadas no ano passado. A violência perdura no município cratense em 2022. No último final de semana, três pessoas foram assassinadas. Uma delas era irmão do ex-prefeito de Nova Olinda, Afonso Sampaio. Barbalha, por sua vez, somou 16 homicídios ano passado. Além do triângulo Crajubar, outras cinco cidades aparecem como as mais violentas da região, quando se analisa a taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes. O indicador é utilizado para o cálculo de mortes violentas intencionais, considera o número de mortes para cada 100 mil habitantes e inclui as seguintes ocorrências criminais: homicídio doloso; lesão corporal seguida de morte e roubo seguido de morte (latrocínio). Neste sentido, Nova Olinda, Campos Sales, Salitre e Missão Velha são os municípios com a maior taxa de violência. Juntas, elas somam 31 mortes no ano passado.
Historicamente, Juazeiro do Norte concentra a maior parte dos assassinatos na região. Ao longo de 2021, 92 pessoas foram mortas na cidade com a maior população do Cariri. O número representa 36% do total de mortes intencionais entre as 29 cidades. Há uma semana, quatro pessoas dormiam, por volta das duas horas da manhã, quando foram assassinadas a tiros no bairro Triângulo. O caso repercutiu nacionalmente. “Eles começaram a atirar na porta. Os tiros pegaram nas paredes dos santos, na janela. Eles conseguiram abrir a porta dando chutes, aí começaram a entrar atirando. Eu levei um tiro na perna, porque eu estava agoniada correndo para lá e para cá. Era muito tiro. As crianças desesperadas, as pessoas desesperadas, porque eles estavam matando as pessoas era em cima da gente”, disse uma das sobreviventes.
As vítimas fatais eram um adolescente de 16 anos, dois homens de 29 e 34 anos e uma mulher de 44. Outras cinco pessoas foram feridas, entre elas uma criança de quatro anos. Duas mulheres seguem internadas no Hospital Regional do Cariri: uma de 57 anos em estado grave e outra de 25 que espera por cirurgia.
Desde a chacina, as polícias Civil e Militar tentam dar respostas à onda de violência na região. Três pessoas foram presas por suspeita de participação no crime. Dois deles, de 21 e 25 anos, foram detidos em flagrante, horas após a chacina. Já na quarta-feira (9), em meio à prisão de um grupo de sete pessoas, um rapaz de 19 anos foi identificado como outro suspeito de ter atirado e matado as quatro pessoas.
Fonte: jornaldocariri.com.br
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