O Ministério da Saúde estuda rebaixar o status de pandemia de Covid-19 para endemia no Brasil. A expectativa da pasta é ter um posicionamento sobre o assunto nas próximas três ou quatro semanas, após o feriado de carnaval.
A secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou, em entrevista ao jornal Metrópoles, que o debate será tratado com os gestores do ministério e com os concelhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems). O órgão deve contar ainda com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O rebaixamento de pandemia para endemia para a crise de saúde causada pelo novo coronavírus já foi adotada em alguns países, como a Dinamarca e o Reino Unido. Nesses locais, algumas medidas de restrição foram abandonadas, como a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para a doença para entrar no território, além da exigência do uso de máscara de proteção em ambientes abertos.
“Estamos trabalhando na situação de colocar o status de endemia. Não dá pra falar disso ainda neste momento, porque os casos estão altos, é todo um processo", afirmou a médica.
Ao Metrópoles, Rosana disse acreditar a discussão sobre o rebaixamento, que chegou primeiro na Europa, deve levar um tempo para chegar ao Brasil.
"Da mesma forma que começou em novembro [de 2019] lá em Wuhan [na China], e aqui chegou em março, abril [de 2020]. A situação também vai ter essa forma. Vai ter o cuidado que a gente teve na mobilização. Agora, [será] da desmobilização.”
“A gente [Ministério da Saúde] vai juntar secretários, Conass, Conasems. A Opas está ajudando. Nas próximas três ou quatro semanas, a gente vai ter alguma coisa pra definir se já podemos ou não. [Será observada] até a própria pandemia, a própria queda de casos. Essa outra subvariante [da cepa Ômicron], a gente está observando”, explicou Rosana à publicação.
Segundo a última atualização divulgada pela pasta, em fevereiro, foram notificados casos positivos para a subvariante BA.2.
PEQUENOS 'SURTOS' DA DOENÇA
A expectativa do órgão federal é que, quando o número de casos e de óbitos causados pela Covid-19 voltar a cair, a doença seja marcada por pequenos surtos, assim como acontece com a influenza e a dengue.
“A partir do momento em que há uma baixa circulação do vírus, ele vai se transformar, como o da influenza. Vai ter surtos em alguns lugares, em alguns lugares vou ter que tomar todas as medidas [preventivas]. Em alguns lugares, a circulação vai estar baixa, então posso tirar as medidas não farmacológicas. A gente vai ter que estar sempre alerta. Ainda vamos ficar um bom tempo, uns dois anos, no mínimo, sempre naquela questão da alerta. Desmobiliza, mobiliza de novo.” ROSANA LEITE DE MELO - Secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde
ALTA DOS ÍNDICES APÓS CARNAVAL
A secretária destacou que o MS está preparado para uma possível escalada de casos e mortes devido ao feriado de Carnaval. Segundo a médica, o governo já liberou a abertura de leitos para estados e municípios. No entanto, ela afirmou que os gestores locais não têm procurado o órgão para solicitar a ampliação.
Ela salienta que, ao longo do ano de 2021, diversas unidades federativas fecharam leitos devido à redução no número de casos da doença.
Fonte: Diario do Nordeste
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