Nos primeiros sete meses de 2022, foram registradas 66 agressões graves a profissionais de imprensa no Brasil. Os ataques envolvem episódios de violência física, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos.
O número representa um crescimento de 69,2% em comparação com o mesmo período de 2021, com 39 casos. Os dados são do monitoramento de ataques contra jornalistas feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
De acordo com a Associação, o cenário geral de ataques também se agravou entre janeiro a julho de 2022, 291 alertas totais de violações da liberdade de imprensa foram registrados, 15,5% a mais do que nos primeiros sete meses do ano passado. Os casos incluem, além das situações mais críticas, discursos estigmatizantes, processos legais, restrições na internet e de acesso à informação e uso abusivo do poder estatal,
Entre os episódios mais graves registrados neste ano, a Abraji aponta o ataque do vereador Paulo Luiz de Cantuária (MDB), de Ouro Fino (MG), que lançou pedras contra o jornalista Alexandre Megale e o atentado contra jornalistas da GloboNews, que foram ofendidas e quase atropeladas por um homem não identificado em São Paulo (SP). As situações ocorreram em maio e abril respectivamente.
Em fevereiro, o jornalista Givanildo Oliveira, do portal Pirambu News, foi morto horas depois de publicar uma reportagem sobre a prisão de um suspeito de homicídio.
O caso que teve mais repercussão aconteceu meses depois, em junho, quando o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas. Os corpos foram encontrados dias mais tarde.
A Abraji reforça que com dois assassinatos de profissionais da imprensa nos primeiros sete meses de 2022, o ano tem se mostrado brutal para o jornalismo brasileiro e que não houve registros dessa forma de violência no ano anterior.
Miséria.com.br - Por Yanne Vieira
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