A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) demitiu o policial militar que tentou matar uma mulher a tiros após ela ter se recusado a manter relação sexual com ele em Barbalha, no interior do Ceará. O agente também é réu pela morte do prefeito de Granjeiro, em 2019.
A demissão do cabo da PM Mayron Myrray Bezerra Aranha foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de sexta-feira (16), após a CGD acatar a sugestão do Relatório Final da Comissão Processante. A decisão cabe recurso.
O caso que levou a demissão do agente ocorreu em maio de 2020. À época, a Polícia Civil informou que o agente e a vítima estavam em uma chácara quando o militar tentou ter relações com a jovem, que tinha 23 anos. A vítima se recusou e fugiu correndo, momento em que o policial efetuou disparos de arma de fogo que atingiram o braço dela, na Avenida Leão Sampaio, em Barbalha.
A mulher foi socorrida ao Hospital Regional do Cariri, onde foi submetida a duas cirurgias. Na fuga do local, Mayron colidiu em um carro e só parou ao bater o veículo em um poste. O agente só foi preso cinco dias após o crime.
Mayron Myrray foi indiciado pela tentativa de feminicídio, por motivo fútil, e com uso de arma de fogo. Consta ainda na denúncia da Polícia Civil que o agente teria supostamente praticado nesta mesma data os crimes de disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma, direção de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada por influência de álcool e fuga do local do crime.
Na decisão, a CGD afirmou que Mayron Myrray cometeu "faltas funcionais atentatórias aos direitos humanos fundamentais e de natureza desonrosa, condições previstas legalmente como necessárias para classificar uma transgressão como de natureza grave".
"...haja vista a ofensa ao bem jurídico vida, em conduta levada a efeito por motivo fútil, a praça acusada não reúne a capacidade moral para permanecer nos quadros da PMCE. [...] é evidente que a aplicação da sanção de demissão do acusado dos quadros da PMCE é a medida que o caso requer, pois qualquer decisão diversa da ora imposta seria desproporcional ao nível de violação do pundonor militar provocado pela ação transgressiva", disse a Controladoria.
O agente também é réu por crimes do Sistema Nacional de Armas, que está em fase de recurso, além de ser investigado por ameaça e atentado contra viatura ou outro meio de transporte.
A defesa de Mayron terá dez dias para recorrer ao Conselho de Disciplina e Correição (CODISP/ CGD). Decorrido o prazo recursal ou julgado o recurso, a decisão será encaminhada a PM para ser cumprida.
Por g1 CE
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