A organização criminosa investigada por extorsão e lavagem de dinheiro tinha uma “central” de telefone dentro de presídio para permitir que detentos cometessem crimes. A declaração é do delegado da Polícia Civil do Ceará Giovani Moraes, responsável pela Operação Viruts, deflagrada, nesta quarta (21), em Pernambuco.
“Um telefone servia para que os presos fizessem os telefonemas para praticar as extorsões e as ameaças. Eles trocavam de chip rapidamente”, afirmou o policial.
As informações sobre a ação foram repassadas nesta quarta, em entrevista coletiva concedida na sede da Polícia Civil, no Centro do Recife.
Segundo a Polícia Civil, na operação Virtus, os alvos foram detentos e pessoas que deixaram o sistema carcerário de Pernambuco.
Eles praticaram crimes contra vítimas de vários estados. Também lavam o dinheiro arrecadado com os crimes com a ajuda de parentes.
De acordo com levantamento realizado pela polícia do Ceará, o grupo é especializado na prática de crimes de extorsão e estelionato praticados pela internet.
Segundo as duas polícias, essa organização atuava em vários estados. Foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária, 18 de busca e apreensão, além de 15 ordens de bloqueio de contas bancárias dos suspeitos.
“Descobrimos movimentações bancárias em curso espaço de tempo com valores altos. Chega a quase R$ 1 milhão. Quebramos centenas de sigilos”, disse o delegado.
Os mandados foram cumpridos em Olinda e Paulista, no Grande Recife. Também houve ações nos presídios de Igarassu, na Região Metropolitana, e de Limoeiro, no Agreste.
As investigações começaram em setembro deste ano, a partir da queixa prestada por um morador do Ceará. A polícia reuniu outros boletins de ocorrência com registros de crimes praticados de forma parecida.
No Ceará, foram identificadas vítimas nas cidades de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Barbalha, Iguatu, Farias Brito, Sobral, Cratéus e Tauá.
Também foram identificadas vítimas dos estados do Mato Grosso, Piauí, Roraima e Minas Gerais.
A Polícia Civil de Pernambuco foi acionada pela corporação do Ceará para cumprir os mandados expedidos pela Justiça do estado vizinho.
“Levantamos os endereços e descobrimos que tinham muitos parentes praticando os crimes. As investigações serão mantidas e vamos analisar os telefones apreendidos’, disse a delega Thayná Fioresi, da polícia pernambucana.
Segundo ela, é preciso que vítimas desse tipo de golpe registrem as queixas na delegacia. “Só chegamos a esses criminosos com uma queixa registrada”, afirmou.
Por Ricardo Novelino, g1 PE
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