sexta-feira, 3 de março de 2023

MST invade fazendas da Suzano no extremo sul da Bahia

 


O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu na 2ª feira (27.fev.2023) 3 fazendas de cultivo de eucalipto da empresa de papel e celulose, localizadas nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no extremo sul da Bahia.

Além das terras da Suzano, uma 4ª área, da Fazenda Limoeiro, também foi ocupada. O MST alega que a propriedade está “abandonada” há 15 anos. Segundo o movimento, com a invasão, cerca de 1.700 famílias do movimento na Bahia reivindicam a “desapropriação imediata” para realizar uma reforma agrária.

Ao todo, foram realizadas 11 ocupações desde o começo do ano. No entanto, esta representa a 1ª ocupação em massa realizada pelo movimento desde o início do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que uma única ação envolveu mais de 1.000 famílias e 4 territórios.

A ocupação vai contra o discurso do petista durante sua campanha eleitoral em 2022. Na época, o então candidato afirmou que o MST não ocupava áreas produtivas, como as das fazendas da Suzano. O movimento afirmou que, “apesar das expectativas com o governo Lula em relação à reforma agrária”, os integrantes do MST estão preocupados com a fome, o desemprego e o desmatamento e que acionaram o “alerta amarelo” diante da demora do governo federal em nomear alguém para a Presidência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

“O MST, ciente da missão em lutar pela reforma agrária e pela justiça social, também reafirma nossa luta contra os desmandos da Empresa Suzano Papel e Celulose em nosso território, e exigimos que arquem com os graves passivos ambientais, sociais e econômicos”, declara a página oficial do movimento, que diz que o ato se trata de uma “denúncia” contra a monocultura de eucalipto na região e o uso de agrotóxicos pela empresa, que vem prejudicando as áreas de agricultura familiar.

No Estado, o MST também ocupou a Fazenda Santa Maria, na região da Chapada Diamantina, durante a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra. Outra ocupação também foi realizada em 18 de fevereiro, no sábado de Carnaval, onde 200 famílias ocuparam 1 território no regional norte baiano.

Esta não é a 1ª vez que é realizada uma invasão envolvendo o nome da Suzano. Em junho de 2022, indígenas da etnia Pataxó invadiram a Fazenda Santa Bárbara, que fornecia eucalipto para a empresa. A Suzano é uma das grandes produtoras globais de celulosa a partir do eucalipto. A Suzano afirmou que as 3 propriedades foram danificadas e “invadidas ilegalmente”. Em nota divulgada pela assessoria da empresa, a produtora de celulose reforçou o seu compromisso para em “manter um diálogo aberto e transparente”. Segundo a empresa, a ação do MST viola o direito à propriedade privada e está sujeita à adoção de medidas judiciais para reintegrar à posse das áreas.

 

Poder360

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