O açude Castanhão, localizado no leito do rio Jaguaribe, atingiu 30,19% da sua capacidade nesta sexta-feira (14). A última vez que o reservatório chegou a esse marco foi no ano de 2014, após um declínio em seu volume armazenado.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), esse registro se deve às cheias dos últimos meses. Nos anos posteriores, o açude Castanhão esteve em seu volume crítico, que corresponde a menos de 30% da capacidade total. De março pra abril, o volume passou de 1669,14 hm³ a 2010,03 hm³, equivalente a mais de 800 mil piscinas olímpicas.
Em entrevista concedida ao jornal O Povo, o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Robério Monteiro, ressaltou os impactos desse aumento, sobretudo nos aspectos econômicos, já que o reservatório abrange mais de 20 municípios cearenses, e, quando necessário, abastece também a região metropolitana de Fortaleza.
"O acúmulo de água com 30%, que é o valor que temos hoje, é maior do que quase todos os açudes cheios. A reserva do açude é muito boa. Por isso a importância dele para a segurança hídrica do nosso Estado", explicou.
O secretário explicou ainda que, devido à boa recarga dos açudes Pacajus, Pacoti, Riachão e Gavião, as águas do Castanhão não estão sendo enviadas à Capital.
Em 2018, o volume da barragem era de apenas 2,08%. Foi o pior momento que o Castanhão passou, considerado como "volume morto", já que a água se encontrava abaixo do nível de captação dos reservatórios.
O Açude Público Padre Cícero, mais conhecido como Açude Castanhão, é classificado pelo Ministério da Integração Nacional como maior represa pública utilizada para múltiplos usos da América Latina. Concluído em 2003, sua barragem fica localizada no município de Alto Santo e constitui importante reserva estratégica de água.
Situação hídrica atual no Ceará
No dia 12 de abril, o Ceará chegou a marca de 64 açudes sangrando em todo o território. Sendo o maior número dos últimos 12 anos. Atualmente, oito reservatórios se encontram acima de 90% de sua capacidade. De acordo com a Cogerh, os açudes Curral Velho, Desterro, Faé, Gavião, Jatobá II, São José III, Taquara e Tatajuba, devem sangrar até o fim da quadra chuvosa.
A reserva dos açudes passou de 5,8 bilhões m³, no dia 1º de fevereiro, para 8,81 bilhões m³ nesta quarta. A reserva hídrica atual corresponde a 47,5% da capacidade total dos 157 reservatórios monitorados pela Companhia.
Miséria.com.br - Por Clara Karimai
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