O curso de Medicina Veterinária da Universidade de Fortaleza recebeu animais silvestres resgatados em uma operação de combate ao tráfico feita pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). Foram entregues à instituição 51 papagaios, que ficarão em quarentena e, após passarem por exames e cuidados, serão devolvidos à natureza.
O recebimento ocorreu por meio da parceria da instituição, que faz parte da Fundação Edson Queiroz, com o Instituto Pró-Silvestre. Ao todo, foram apreendidos 161 pássaros silvestres e um jabuti, mantidos ilegalmente em cativeiro no Bairro Jangurussu, em Fortaleza.
Alguns desses animais estão inseridos na lista vermelha da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) por estarem ameaçados de extinção. O crime era praticado por um homem de 41 anos, com vários antecedentes por crimes ambientais. Além da Unifor, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) também recebeu as aves.
Da Unifor, estão diretamente envolvidos na reabilitação desses animais os docentes, estudantes do Grupo de Estudo de Animais Silvestres (GEAS), da Liga de Patologia Veterinária e alguns alunos de Iniciação Científica que desenvolvem projetos de pesquisa sobre a área.
“Recebemos mais de 50 animais para realizar os primeiros cuidados, avaliação, pesagem e alimentação. É muito importante para os estudantes terem essa experiência, porque muitos observam o tráfico de animais na teoria em sala de aula”, disse a professora Fernanda Menezes, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Unifor.
“Ter essa vivência de como os animais são conduzidos; o que tem que ser feito; quais cuidados tem que ter; como organizar uma escala entre eles; e como colaborar um com o outro, será muito importante para a vida acadêmica e profissional deles”, complementou.
Com isto, após uma avaliação mais aprofundada acerca da saúde dos animais, eles serão identificados por meio de números para que seja feito monitoramento diário do desenvolvimento individual dos animais.
O objetivo é monitorar o escore corporal deles, verificando diariamente se estão desidratados, se estão se alimentando e se a quantidade de comida é suficiente. As aves irão permanecer divididas entre adultos e filhotes, no entanto, alguns, que estão em estado grave de saúde e precisando de um cuidado específico, ficarão em observação em outro laboratório.
“Além disso, faremos exame para verificar se estão com alguma parasitose e acompanhamento para ver se detectamos ectoparasitas (piolhos, ácaros e carrapatos). Faremos todo o acompanhamento até eles conseguirem comer sozinhos e estiverem bem para serem devolvidos à natureza. Funcionaremos em regime de escola, com a supervisão do médico veterinário responsável, uma vez que esses animais precisam ser alimentados periodicamente”, complementou a coordenadora.
Por g1 CE
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