terça-feira, 16 de maio de 2023

Advogado condenado por integrar facção criminosa tentou levar informações de preso para fora do presídio na Grande Fortaleza



Um advogado tentou sair de um presídio em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, com informações de um preso que seriam entregues a um grupo criminoso. A informação foi compartilhada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) nesta segunda-feira (15). O advogado foi condenado a oito anos e três meses de prisão. A prisão dele aconteceu na última quarta-feira (10), quando ele tentou fugir pelo telhado da casa dos pais.

Ele foi sentenciado por integrar organização criminosa armada, dano ao patrimônio público, resistência e desacato. Os delitos foram cometidos no dia 15 de setembro de 2021, no interior da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará, em Aquiraz, e no interior de um carro policial.

O MPCE informou que ele foi preso em flagrante, por policiais penais, ao tentar enviar mensagem para fora do presídio. Durante uma visita a um cliente, o advogado recebeu papel em branco e lápis — procedimento padrão de segurança da unidade prisional. Ao final do encontro, foi solicitado que o advogado cumprisse o protocolo e apresentasse as anotações feitas, mas ele se recusou.

Com isto, o diretor da unidade prisional informou que seria necessário o comparecimento de um policial para resolver a situação, o que resultou na entrega do papel, onde foram encontradas anotações sobre disputas entre organizações criminosas.

Conforme o MPCE, ao ser informado que o papel ficaria retido, o advogado tirou da mão de um dos agentes e foi preciso o uso da força para reaver o documento. Nesse momento, o advogado passou a proferir ameaças e a desacatar os policiais penais. Ele foi contido e encaminhado para a delegacia. No interior do veículo policial, ele conseguiu quebrar as dobradiças da grade do camburão, causando dano ao patrimônio público.


O MPCE disse que as ações do advogado foram confirmadas pelas câmeras de segurança e pelos depoimentos dos policiais. O cliente dele ainda revelou que pagava R$ 300 reais por cada ida do advogado à prisão, para enviar e receber recados.

O diretor da unidade prisional, ao ser ouvido, afirmou ter conhecimento de o acusado ser contratado pelos presos com a finalidade de realizar troca de informações entre os encarcerados e pessoas do lado de fora da prisão, todos membros da mesma organização criminosa. Contudo, o MPCE não detalhou se esse diretor deve responder formalmente por este caso.

A denúncia do Ministério Público foi realizado por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Com isto, a Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Fortaleza sentenciou, no dia 2 de maio, o advogado a oito anos e três meses de reclusão.


Por g1 CE


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