Um advogado tentou sair de um presídio em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, com informações de um preso que seriam entregues a um grupo criminoso. A informação foi compartilhada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) nesta segunda-feira (15). O advogado foi condenado a oito anos e três meses de prisão. A prisão dele aconteceu na última quarta-feira (10), quando ele tentou fugir pelo telhado da casa dos pais.
Ele foi sentenciado por integrar organização criminosa armada, dano ao patrimônio público, resistência e desacato. Os delitos foram cometidos no dia 15 de setembro de 2021, no interior da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará, em Aquiraz, e no interior de um carro policial.
O MPCE informou que ele foi preso em flagrante, por policiais penais, ao tentar enviar mensagem para fora do presídio. Durante uma visita a um cliente, o advogado recebeu papel em branco e lápis — procedimento padrão de segurança da unidade prisional. Ao final do encontro, foi solicitado que o advogado cumprisse o protocolo e apresentasse as anotações feitas, mas ele se recusou.
Com isto, o diretor da unidade prisional informou que seria necessário o comparecimento de um policial para resolver a situação, o que resultou na entrega do papel, onde foram encontradas anotações sobre disputas entre organizações criminosas.
Conforme o MPCE, ao ser informado que o papel ficaria retido, o advogado tirou da mão de um dos agentes e foi preciso o uso da força para reaver o documento. Nesse momento, o advogado passou a proferir ameaças e a desacatar os policiais penais. Ele foi contido e encaminhado para a delegacia. No interior do veículo policial, ele conseguiu quebrar as dobradiças da grade do camburão, causando dano ao patrimônio público.
O MPCE disse que as ações do advogado foram confirmadas pelas câmeras de segurança e pelos depoimentos dos policiais. O cliente dele ainda revelou que pagava R$ 300 reais por cada ida do advogado à prisão, para enviar e receber recados.
O diretor da unidade prisional, ao ser ouvido, afirmou ter conhecimento de o acusado ser contratado pelos presos com a finalidade de realizar troca de informações entre os encarcerados e pessoas do lado de fora da prisão, todos membros da mesma organização criminosa. Contudo, o MPCE não detalhou se esse diretor deve responder formalmente por este caso.
A denúncia do Ministério Público foi realizado por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Com isto, a Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Fortaleza sentenciou, no dia 2 de maio, o advogado a oito anos e três meses de reclusão.
Por g1 CE
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