Entregadores de aplicativo fizeram uma manifestação na frente de um prédio do Bairro Mucuripe, em Fortaleza, onde motoboy teria sido destratado. O momento foi gravado pelo entregador (veja acima). A movimentação aconteceu na tarde do sábado (20).
Nos vídeos, é possível ver que o grupo chegou a derrubar o portão do edifício. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que a PM foi acionada para atender a uma ocorrência de dano. "Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na delegacia do 2º Distrito Policial (2º DP), unidade da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) que investiga o caso. A PC-CE orienta que possíveis envolvidos na ocorrência compareçam ao 2º DP para prestar mais esclarecimentos sobre o caso".
"Eles quebraram o portão de entrada veicular, o portão de entrada, quebraram várias barras da cerca, quebraram duas câmeras, interfone. Isso não é justo porque um mal-entendido entre entregador e proprietário de apartamento. Isso não significa que o condomínio é responsável por alguma coisa", disse o síndico do prédio, Giuseppe Pagano, ao Sistema Verdes Mares (SVM).
Entenda o caso
Um entregador relata ter sido agredido verbalmente e ameaçado por um cliente enquanto fazia uma entrega no Bairro Mucuripe, em Fortaleza, na noite da última sexta-feira (19). Em entrevista ao g1, o trabalhador, que prefere não ser identificado, disse que o morador teria ficado irritado com o fato do motoboy não ter subido até o apartamento para deixar o alimento.
"Eu coletei um pedido em uma sorveteria. Ao chegar lá (no prédio), interfonei para o porteiro - como é feito em toda entrega - e pedi para ele informar ao cliente que eu estava esperando, mas não obtive retorno. Passaram três minutos, um cara desceu, veio na minha direção, dei boa noite e ele não respondeu", disse.
Ainda de acordo com o entregador, a partir desse momento as coisas pioraram. O cliente pegou o pedido das mãos do rapaz, mas não quis entregar o código necessário para finalizar a entrega. "Ele me chamou de lascado, disse que se eu quisesse o código fosse pegar na casa do (palavrão)".
O entregador ainda disse que haviam ameaças físicas sendo feitas e o morador só passou o código quando a Polícia foi acionada. "Como forma de resguardar minha integridade, eu comecei a gravar. Ele era um cara grande, eu sou pequeno", disse o motoboy, que fez um Boletim de Ocorrência (B.O).
O cliente através do síndico do prédio, mas ele preferiu não se manifestar.
O motoboy em questão disse que não esteve presente na manifestação, mas entende a posição dos colegas. "As manifestações são em prol da classe. Nós somos perseguidos, pessoal trata a gente com desconfiança. Queremos apenas paz", comentou.
Por Gabriela Feitosa, g1 CE
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