Outros dois concursos para guardas municipais nas cidades de Jucás e Barreira, no interior do Ceará, teriam sido alvo do mesmo esquema de fraudes que levou a prisão em flagrante de três homens no município de Pacajus, no último domingo (28).
A polícia apreendeu com o trio aparelhos celulares, papéis com anotações de gabaritos, canetas e borrachas mágicas, dinheiro e veículos.
Os suspeitos utilizavam celulares escondidos nas roupas íntimas para receber o gabarito das provas. Além disso, eles vestiam propositalmente roupas com muitos botões. Desse modo, caso os fiscalizadores usassem detectores de metal e o aparelho disparasse, os três poderiam alegar que a máquina disparou por conta dos botões.
Outras fraudes
Conforme a Polícia Civil, Erick de Paula seria o chefe do esquema de fraude de provas. Em seu interrogatório, ele confessou o esquema criminoso, citando inclusive outros concursos onde houve a mesma fraude: o de Guarda Municipal de Jucás e da Guarda Municipal de Barreiras.
"...a demonstrar indicativos de que já vem atuando há muito tempo com esse tipo de ilícito penal, fazendo disso um meio de vida e prejudicando centenas de pessoas que estudam para obter aprovação com esforço e dedicação", diz um trecho do Auto de Prisão em Flagrante, que o g1 teve acesso.
Os três concursos suspeitos de terem sido fraudados tiveram como banca organizadora o Instituto Consulpam.
Erick é agente de endemias concursado pela Prefeitura do Eusébio. Além disso, já obteve aprovação em outros certames e a polícia suspeita de que ele tenha usado o mesmo modus operandi.
Durante a audiência de custódia, o suspeito de liderar o esquema teve a prisão em flagrante convertida para a preventiva.
"Assim, diante do modo de agir do Erick e o risco de que em liberdade poderá continuar a fraudar concursos públicos, prejudicando diversas pessoas, de forma reiterada, a prisão para o mesmo se impõe", disse a juíza Flávia Setúbal de Sousa Duarte em sua decisão.
Já os outros suspeitos, Irlandio e José Cláudio, receberam a liberdade provisória com a aplicação de medidas cautelares.
Pagamentos
Investigações realizadas por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apontaram que Erick tinha a função de captar clientes, receber valores, organizar o local onde seriam distribuídos os gabaritos, coordenar a pessoa que faria a prova somente para obter acesso ao caderno de provas com as questões, como também as pessoas que distribuiriam os gabaritos via WhatsApp.
Antes do concurso, ele pedia um pagamento de R$ 1 mil para cada interessado em ter o gabarito. Dois destes compradores foram os outros detidos na operação da polícia.
Em caso de aprovação no certame, Erick receberia dez vezes o valor do salário do cargo assumido pelas pessoas que participavam do esquema.
Segundo o diretor do DPJE, Leonardo Barreto, a polícia já tinha conhecimento prévio do esquema, e no domingo foi direto aos locais de prova dos suspeitos.
Após a prisão, os três foram encaminhados para a Draco, onde foram autuados em flagrante pelos crimes de fraude de certame público e associação criminosa.
Por g1 CE
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