quarta-feira, 12 de julho de 2023

Carretéis de linha com cerol são apreendidos em quatro bairros de Fortaleza; motociclista morreu após ter pescoço cortado



Carretéis de linha com cerol foram apreendidos em Fortaleza, nos bairros da região da Grande Messejana. A apreensão aconteceu dias após um motociclista de 37 anos morrer por ter o pescoço cortado no Bairro Messejana — onde os carretéis foram encontrados. O material foi apreendido também nos bairros Paupina, Jangurussu e Barroso.

O vigilante Wellington de Santos de Castro, de 37 anos, foi atingido enquanto trafegava pela rodovia BR-116. A Polícia Militar reforçou o aviso que a utilização da substância com mistura de vidro moído para empinar pipa é uma prática perigosa que pode causar ferimentos profundos na vítima.

Além das apreensões, equipes do 16º Batalhão da PMCE conscientizaram adultos e crianças sobre os perigos do uso do material. Os carretéis com a substância cortante foram encaminhados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) da Polícia Civi para a posterior destruição do material.


Uso proibido

Usar cerol, linha chilena ou outros materiais cortantes para empinar pipas e papagaios é prática proibida no Ceará. E pode terminar em tragédia. As lesões pelo contato com esta linha resultam em cortes profundos, amputações e até na morte das pessoas atingidas.

Ele levava uma passageira em corrida por aplicativo. Após o acidente, ele recebeu os primeiros socorros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os acidentes afetam pedestres, ciclistas e motociclistas. Por circular em maior velocidade e pela dificuldade em enxergar as linhas, os mais atingidos são os motociclistas, explica o tenente-coronel Osvaldo Pereira, comandante do Batalhão de Socorro de Urgência do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará

Os episódios costumam ser mais graves nos meses de férias escolares, como em janeiro e julho, e de maior velocidade dos ventos no Ceará, a partir de agosto e setembro. São tempos em que crianças, jovens e adultos gostam de empinar pipas ou “soltar raia”, como dizem os cearenses.

Conforme o tenente-coronel, os riscos começam para aqueles que resolvem usar as linhas cortantes para derrubar outras pipas. O cerol usa uma mistura de cola com pó de vidro ou outros materiais triturados. As linhas chilenas trazem fios ou barbantes cobertos com substância de efeito cortante.

“Há o primeiro risco da confecção. Quem vai confeccionar aquilo corre o risco de ter um acidente, desde a aspiração do pó de vidro ao corte da sua própria mão na manipulação da linha”, exemplifica.

Outro problema pode vir do contato da linha com a rede elétrica. Os materiais cortantes tornam as linhas condutores de eletricidade, podendo resultar em descargas que atingem a pessoa que está soltando a pipa.

“Sem falar que você pode danificar uma rede inteira, sendo aí dezenas ou centenas de pessoas sem energia elétrica”, complementa o comandante.


Por g1 CE


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