segunda-feira, 18 de setembro de 2023

capacidade de transmitir energia pode ser gargalo na produção do 'combustível do futuro'



O hidrogênio verde é a grande aposta para a transição energética em todo o mundo. Com a urgência global para descarbonizar as atividades produtivas, o nordeste brasileiro desponta como potencial protagonista na geração de energia limpa. Já favorecido por condições naturais, o estado precisa ter infraestrutura para perdurar como opção competitiva e fortalecer a própria economia.

A capacidade de transmissão é um dos possíveis gargalos para este cenário no futuro próximo. A necessidade é de mais linhas de transmissão para que uma grande demanda de energia renovável possa circular em caminhos que incluirão novas usinas e o Sistema Interligado Nacional (SIN).

O Ceará, primeiro estado brasileiro a produzir uma molécula de hidrogênio verde, precisará aproveitar ao máximo o potencial para produzir energia eólica e solar, fontes renováveis que alimentam a produção de hidrogênio verde (ver abaixo).

Para isso, dependerá da expansão do sistema que permita o escoamento da energia para as unidades eletrolisadoras, explica Jurandir Picanço, consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e membro da Academia Cearense de Engenharia (ACE).

Como ilustra o consultor, o projeto em estágio mais promissor no Ceará é o da multinacional australiana Fortescue Metals Group, que prevê uma planta de hidrogênio com 1,2 gigawatt (GW) de capacidade de eletrólise no Porto do Pecém. Ele aponta que a produção atual de todas as usinas eólicas no Ceará não chega a 3 gigawatts (GW).

“Hoje existe uma capacidade muito grande para atender os primeiros projetos. Depois disso, os projetos precisarão e exigirão ampliações do sistema de transmissão. Então aí é que as oportunidades estarão: onde o sistema de transmissão terá condições de transportar energia”, alerta Jurandir Picanço.


Por Thaís Brito, g1 CE


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