A demolição do
Edifício São Pedro, prédio histórico de Fortaleza localizado na Praia de
Iracema, vai durar cerca de 90 dias e acontecerá por etapas. O processo de
demolição deve iniciar nesta terça-feira (5), um dia após o prefeito José Sarto
informar sobre a decisão, argumentando que o imóvel está em "situação
precária e risco de desmoronamento".
A derrubada do
local será feita com máquinas pesadas e, em alguns seguimentos, de forma
manual.
Conforme José
Sarto, o imóvel já foi desocupado e as pessoas em situação de rua estão sendo
acompanhadas pela nossa Secretária de Direitos Humanos e Desenvolvimento
Social. Equipes da Guarda Municipal já estão no local para garantir o
isolamento do prédio.
O edifício foi
isolado na semana passada, por conta de obras no bairro. "Os laudos
técnicos indicam não ser mais possível a recuperação. Enquanto isso, o imóvel
vem sendo depredado e acessado por quem desconhece ou ignora a insegurança.
Lamentavelmente, uma pessoa já morreu ali.", escreveu, ainda, Sarto.
O Edifício São
Pedro esteve no centro de debates e decisões que tentaram o tombamento do
imóvel e tinha futuro incerto.
"Diante da
falta de intervenções por parte dos proprietários e do decreto do Governo do
Estado revogando a declaração de interesse público do imóvel, a situação exige
providências, sob pena de colocar mais vidas em risco. Por todas essas razões,
a Prefeitura tomou a decisão de fazer imediatamente, por conta própria, a
demolição do prédio e cobrar dos proprietários o ressarcimento pelos custos
desse serviço".
O g1 procurou o
Governo do Ceará para comentar sobre a demolição do Edifício São Pedro e
aguarda resposta.
Do luxo às ruínas
O prédio foi
inaugurado em 1951, sendo o primeiro a ter mais de três andares na Praia de
Iracema. Ele surgiu como Iracema Plaza Hotel, consolidando uma era de luxo e
lazer à beira do mar para os boêmios e visitantes da capital cearense. Era o
começo da ocupação hoteleira na praia, que até então abrigava casas de
veraneio.
O Edifício São
Pedro era referência de luxo e boemia para os fortalezenses, tanto pela
movimentação do hotel como pelo uso residencial. A proximidade com o mar e o
clima festivo dos eventos sociais marcaram a memória de quem passou pelo imóvel.
Quando gravou o
documentário “Lastro - Memórias do Edifício São Pedro”, a motion designer
Rebeca Prado, de 32 anos, encontrou várias pessoas que compartilharam
lembranças sobre o lugar.
Dentre elas,
uma das moradoras que ainda resistiam no prédio, ressaltando que pagava caro
pelo aluguel e que estava em situação regular. O ano era 2014. E o cenário já
era de incertezas quanto ao futuro do imóvel.
Um primeiro
processo de tombamento do prédio a nível municipal já existia. No ano seguinte
às gravações, vieram a desocupação do prédio e um longo período de idas e
vindas nas tentativas de preservar ou transformar o lugar.
Por g1CE
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