Um garçom de 26 anos denunciou uma inspetora da Polícia
Civil por injúria racial após uma discussão na churrascaria onde ele trabalha.
O caso aconteceu no Bairro Serrinha, em Fortaleza, nesta terça-feira (19). A
briga foi filmada por outra funcionária do estabelecimento (veja acima).
A discussão começou após a inspetora e mais duas pessoas se
recusarem a pagar a conta.
O g1 entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública
e com a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD) sobre o caso, mas não recebeu resposta até última
atualização desta reportagem.
A reportagem também tenta contato com a defesa da policial.
Após a recusa dos clientes, o garçom pediu que eles
conversassem com o gerente do local — que autorizou que o pagamento fosse feito
em outro dia. No entanto, os três clientes (entre eles, a inspetora) passaram a
ofender verbalmente o garçom.
"Ela disse que iria deixar os documentos, para amanhã
[na quarta-feira] vir pagar. Mas eu disse que não concordava com isso",
relembrou o garçom sobre o início da discussão. Ele teve receio que, caso os
clientes não pagassem, o valor seria descontado do salário dele.
No vídeo, é possível ouvir a inspetora falando que o garçom
iria "viver comendo milho de senzala". O g1 conversou com a vítima,
que disse que a inspetora, em outro momento da discussão, disse para ele
"voltar para a senzala".
"Ela disse que eu era um porco, que eu nunca ia ser
ninguém na vida. Aí, nessa hora, eu me exaltei. Ela mandou, pela primeira vez,
para eu ir para a senzala, mas ainda não estava gravando", comentou o
garçom.
"Na hora que ela estava falando, eu estava tentando
manter a calma pra não me descontrolar e perder a razão, mas depois que a ficha
caiu, comecei a chorar de raiva", lamentou a vítima. Ele disse, inclusive,
que não conseguiu dormir após a discussão.
Por Samuel Pinusa, g1 CE
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